CIO da Bitwise diz que o Bitcoin está em seu momento de IPO

O Bitcoin vive seu momento de IPO silencioso: por que 5% de alocação é a nova base para investidores
O Bitcoin atingiu um recorde acima de US$ 126.000 no início de outubro, mas logo depois apresentou uma correção, caindo brevemente para menos de US$ 100.000. Apesar dessa volatilidade inerente ao mercado, o diretor de investimentos da Bitwise, Matt Hougan, em uma nota aos clientes na noite de terça-feira (04), traz uma perspectiva otimista e estrutural. Ele acredita que o ativo está passando pelo seu “momento de IPO” e, se os padrões históricos se mantiverem, o mercado deve comemorar comprando mais. Assim, a configuração atual sugere que “os dias de alocações de 1% em Bitcoin acabaram“, redefinindo a base para portfólios.
Hougan citou um artigo recente do veterano de Wall Street, Jordi Visser. Visser afirma que o Bitcoin está em uma fase de “IPO silencioso”. Esta não é, portanto, uma listagem formal. É, na verdade, a mesma mudança estrutural que gigantes como Facebook e Google vivenciaram quando abriram seu capital. Após o IPO (Initial Public Offering ou Oferta Pública Inicial), fundadores e funcionários antigos embolsaram seus lucros. Hougan, contudo, observou que se tratava de uma interpretação errada da volatilidade, pois a venda por parte dos primeiros investidores não marca o fim da trajetória de um ativo, mas sim uma nova fase.
A tese central é que a oscilação lateral do Bitcoin, mesmo em meio a fluxos massivos de ETFs e conquistas regulatórias, é uma dádiva. Ela é exatamente o que acontece quando um ativo passa de uma aposta dos primeiros investidores para um ativo sólido e de propriedade institucional. O Facebook abriu seu capital a US$ 38 por ação em 2012 e ficou estável por 15 meses. Hoje, suas ações são negociadas a mais de US$ 600. A oscilação lateral nesse período não refletiu a deterioração dos fundamentos. Em vez disso, ela refletiu a distribuição de lucros.
A distribuição de riqueza e a maturidade do Bitcoin
Segundo Hougan, o Bitcoin se encontra hoje exatamente nesta fase de distribuição. Os primeiros investidores, aqueles que compraram BTC a US$ 1, US$ 10 ou US$ 100, estão acumulando uma riqueza “geracional”. Eles finalmente têm uma base de demanda institucional suficientemente ampla e líquida para vender. Isto é possível graças aos ETFs à vista, aos fundos soberanos que agora estão alocando recursos e aos tesouros corporativos que estão diversificando. Além disso, as normas regulatórias rigorosas estão substituindo o cenário caótico de anos anteriores.
Há cinco anos, alguém que vendesse US$ 1 bilhão em BTC causava um evento de mercado. Hoje, no entanto, a mesma transação é apenas um bloco. Hougan enfatiza que isso não é um sinal pessimista. Ele afirma: é assim que a maturidade se apresenta. Jordi Visser argumentou que essa fase de consolidação é saudável. Ela reflete, assim, uma mudança na propriedade, dos pioneiros que assumem riscos para os detentores institucionais de longo prazo. Hougan concorda com a saúde da fase, mas discorda do pânico: para ele, o movimento é de compra e não de frustração.
Ao contrário de um IPO tradicional, o Bitcoin não precisa construir fluxos de receita ou novas linhas de recursos como fez a Meta. O executivo da Bitwise afirma que a oscilação lateral é uma dádiva e não um aviso. Hougan, contudo, observou que o Bitcoin só precisa de uma aceitação global mais ampla. Uma vez que a primeira leva de Bitcoins tenha concluído a distribuição, a única restrição real entre um Bitcoin de US$ 2,5 trilhões e um de US$ 25 trilhões será essa ampla aceitação global.
A base de alocação muda: de 1% para 5%
Com ETFs, títulos corporativos e fundos soberanos agora em jogo, o mercado de Bitcoin pode finalmente absorver grandes vendas sem grandes perturbações. Isso sinaliza sua maturidade como um ativo financeiro global. Hougan, em nota aos clientes, observou que as implicações para a alocação são enormes. Em janeiro de 2024, quando os ETFs spot foram lançados, a volatilidade do Bitcoin começou a cair imediatamente. Isso mostra sua rápida transição para um ativo macro líquido.
Como um ativo macro líquido, detido por instituições e em processo de maturação, ele acrescentou que o Bitcoin ainda tem grandes chances de ser o ativo de melhor desempenho na próxima década. A alocação tradicional de 1% de Bitcoin na carteira está rapidamente dando lugar a 5% como a nova base. Consequentemente, a mensagem é clara: o investidor precisa considerar 5% como ponto de partida. Ele concluiu dizendo que, se o investidor pensar a longo prazo, a oscilação lateral do Bitcoin é uma dádiva. Hougan a vê, portanto, como uma oportunidade para comprar mais BTC antes que ele retome sua ascensão.
Os dias de alocar 1% em Bitcoin acabaram. Cada vez mais, os investidores precisam considerar 5% como ponto de partida. Hougan enfatiza que o Bitcoin está passando por seu momento de IPO. Se a história serve de guia, a comunidade deve comemorar comprando mais, em vez de ficar de fora frustrada. A Bitwise aposta que esta nova fase consolida o ativo como uma reserva de valor global, pronto para absorver capital institucional sem grandes solavancos.