Colapso do ETH/BTC não é o fim: analista vê reconstrução silenciosa

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A queda de 77% do Ethereum em relação ao Bitcoin esconde um renascimento técnico silencioso que pode impulsionar sua recuperação no longo prazo.

A razão ETH/BTC despencou 77% desde dezembro de 2021, transformando o outrora amado altcoin em saco de pancadas para os traders de cripto.

No entanto, por trás dos números negativos e do sentimento pessimista, analistas afirmam que os desenvolvimentos em andamento na rede podem estar preparando o terreno para uma recuperação de longo prazo.

O banho de sangue do ETH/BTC

Segundo um relatório de 11 de abril do analista Brian Q, da Santiment, desde seu pico no final de 2021, a relação ETH/BTC caiu 77%, deixando os investidores de longo prazo frustrados. Nos últimos três anos, quem comprou o ativo próximo à sua máxima histórica de US$ 4.800 ainda não conseguiu obter lucro.

Além disso, a criptomoeda acabou de registrar seu pior primeiro trimestre em oito anos, com uma queda de 45% nos primeiros três meses de 2025. A tendência negativa continuou em abril, com o token caindo quase 19% nas últimas duas semanas. Só nos últimos sete dias, o ativo teve um desempenho muito abaixo do mercado, com uma queda de 14,6%, enquanto o mercado cripto global caiu apenas 4,1%.

A dor é evidente nas redes sociais, com a Santiment citando traders que ironicamente chamam o Ethereum de “a nova shitcoin”, enquanto outros apontam para altcoins menores que registraram retornos superiores.

Críticos apontam diversas razões para o fraco desempenho da rede, incluindo a concorrência de soluções de segunda camada como Arbitrum e Optimism, que desviaram atenção e capital do ETH, além da lentidão nas atualizações, como o recente adiamento do upgrade Pectra. Também há a questão das retiradas de staking após o Merge, que introduziram uma pressão constante de venda sobre o preço do ETH.

A recuperação começa com tecnologia, não com hype

No entanto, a Santiment acredita que esse pessimismo do mercado esconde o progresso que está sendo feito nos bastidores do Ethereum. A empresa de análise destaca que a rede completou silenciosamente algumas das atualizações mais complexas da história do blockchain, preparando, possivelmente, sua próxima fase de crescimento.

Desde que atingiu sua máxima histórica, o Ethereum reformulou completamente seu mecanismo de consenso, liberou saques de ETH em staking e agora está avançando em sua escalabilidade com o proto-danksharding da EIP-4844.

Apesar da queda no preço, o Ethereum continua dominando o setor de finanças descentralizadas (DeFi), abriga a maioria dos desenvolvedores ativos e parece ser a plataforma preferida para novas aplicações como identidade descentralizada e redes sociais.

Além disso, o cofundador da blockchain, Vitalik Buterin, já está focado no futuro. Em 11 de abril, ele propôs um roteiro abrangente para melhorar a privacidade dos usuários do Ethereum, visando tanto pagamentos on-chain quanto interações anônimas com aplicativos.

Na opinião de Brian Q, esses marcos não apenas reduziram o consumo de energia e as taxas de transação, como também redefiniram a base técnica da rede para uma adoção em massa.

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.