Com a reabertura da economia, perda de emprego no Brasil é menos dramática do que a previsão
Mesmo com aumento no número de infectados e vítimas fatais, governos estaduais e municipais estão reabrindo a economia no Brasil
O Brasil perdeu muito menos empregos do que o esperado em maio, quando a maior economia da América Latina começou a reabrir, apesar de nenhum sinal de melhora na crise do coronavírus.
Os empregadores eliminaram 331.901 empregos formais no mês passado, menos da metade das 860.503 vagas perdidas em abril, segundo dados do Ministério da Economia. Economistas consultados pela Bloomberg esperavam 900.000 empregos perdidos no mês.
O real brasileiro ganhou com os dados, negociando 1,5% mais forte no final do dia.
Os resultados refletem melhorias nos setores de serviços e construção civil que começaram a se beneficiar da reabertura da economia, segundo o secretário de Previdência Social, Bruno Bianco. Além disso, o setor agrícola criou 15.993 posições em maio, a única com número representativo de contratações.
“O resultado mostra que a economia está se recuperando”, disse Bianco a repórteres após a divulgação do relatório. Ele se recusou, contudo, a dar uma previsão para o mercado de trabalho no final do ano.
Vários estados e municípios brasileiros permitiram a reabertura de lojas e a retomada da construção como parte de um esforço controlado para reviver uma economia que deverá retrair cerca de 6,5% este ano. A estratégia é arriscada, pois a pandemia está longe de ser controlada no Brasil, com o número de casos de Covid-19 e as mortes ainda aumentando.
“Há também a possibilidade de o programa do governo permitir que as empresas reduzam os salários e mantenham empregos funcionando”, disse Adriana Dupita, economista sênior da Bloomberg Economics.
O programa para proteger empregos será prorrogado por mais dois meses, disse Bianco. Ele acrescentou que o governo anunciará em breve um plano para estimular novas contratações. No ano até maio, o Brasil perdeu 1,14 milhão de empregos formais.
Fonte: Bloomberg