Como a Índia pode ter causado a nova alta do Bitcoin
Proibições do governo indiano podem ter impactado o valor do Bitcoin
No último sábado o mercado ficou aquecido com a nova valorização do Bitcoin, que não só rompeu a barreira de US$10.000 como foi negociado acima de US$11.000.
Apesar da alta já ser esperada, há indícios de que o valor pode ter sido impulsionado pelo atual cenário indiano, onde os investidores estão correndo contra o tempo com seus fundos.
Como noticiado anteriormente pelo WeBitcoin, as autoridades locais estão em processo de revisão de um projeto de lei para criminalizar o envolvimento com criptomoedas, com uma pena de 1 a 10 anos de prisão, além de severas multas.
Ao invés de assustar os investidores e reduzir a compra e negociação do Bitcoin, aparentemente o efeito está sendo o contrário. De acordo com o Trust Nodes, na Índia o Bitcoin vale cerca de US$500 a mais do que no resto do mercado mundial.
Uma das razões apontadas para tal valorização é a dificuldade de adquirir o ativo, visto que exchanges estão proibidas de lidar com a moeda fiat local. Há também grande pressão do governo, que frequentemente pede que os investidores locais deixem o mercado ou enfrentem um período na prisão.
Além das criptomoedas, o Reddit, Telegram e PayPal também estão enfrentando períodos difíceis no país, tendo como desafios bloqueios e proibições.
Assim como aconteceu com a proibição chinesa em 2017, as novas barreiras impostas pelo governo indiano estão alavancando o mercado, despertando nos investidores uma necessidade ainda maior de se desconectar do cenário econômico local.
Comentando sobre o caso, o CEO da Binance, Changpeng Zhao, afirmou que quanto mais os governos proíbem, mais a população quer. Anteriormente ele havia declarado que a medida irá impulsionar o uso de criptomoedas de privacidade.
Recentemente o WeBitcoin noticiou que a Libra, nova criptomoeda do Facebook, pode ser boicotada na Índia, estando sujeita à incerteza regulatória de um mercado nada amigável. Levando em consideração que o país concentra a maior parte dos acessos mundiais ao Facebook, a proibição pode impactar de forma negativa o ativo, como também pode sair pela culatra, como está acontecendo com o Bitcoin.
Simpatizante das criptomoedas, após cursar Arquitetura e Urbanismo, reavivou um antigo gosto pela escrita e atualmente trabalha como redatora do WeBitcoin.