Como cartéis mexicanos utilizam corretoras chinesas para lavar dinheiro

Cartéis mexicanos utilizam canais chineses de criptomoedas para lavar dinheiro

As agências policiais dos Estados Unidos expressaram preocupações sobre cripto canais chineses estão sendo utilizando para lavar dinheiro de cartéis de droga mexicanos, além de outros grupos internacionais do crime organizado.

Isso ocorre em um período em que o tamanho das exportações chinesas, como químicos e outros ingredientes utilizados na fabricação de drogas pesadas nos Estados Unidos, tem crescido, de acordo com o Asia Times. De acordo com um oficial sênior da Drug Enforcement Agency (DEA), Paul Knierim, um aumento notável na lavagem de dinheiro vinda da Ásia tem sido observada:

“A mudança para lavadores de dinheiro chineses e asiáticos se deve, em parte, devido a relação natural criada pelo amplo volume de troca de produtos lícitos e ilícitos importados da China. O uso de corretores asiáticas simplifica o processo de lavagem de dinheiro, e acelera a compra de químicos e apetrechos utilizados na fabricação de drogas, que posteriormente são vendidas nas ruas.”

Ficando sofisticado

Em um relatório emitido há algumas semanas, a DEA apontou que nos últimos oito anos, um declínio constante na quantidade de dinheiro apreendida nos Estados Unidos foi registrada, e isso pode significar que técnicas mais discretas para mover dinheiro ilícito estão sendo empregadas.

Especificamente, a DEA citou os sistemas bancários chineses clandestinos (CUBS) como um canal de lavagem. Os corretores dos CUBS, ressaltou a DEA, estão recorrendo ao Bitcoin para lavar dinheiro de traficantes, além de auxiliar chineses interessados em mover quantias que excedem o limite anual de US$50 mil para fora do país:

“Os corretores dos CUBS vendem Bitcoin para traficantes de drogas por dinheiro conquistado por meio da venda de drogas nos Estados Unidos, Austrália e Europa. Esse dinheiro de droga é então vendido para cidadãos chineses, em troca dos Bitcoins que estes mesmos chineses utilizam para transferir o valor de seus ativos para fora da China.”

Para evitar detecção e rastreabilidade, estas trocas de Bitcoin são conduzidas no mercado de balcão das corretores chinesas, baseados em exchanges estrangeiras que não aplicam políticas anti lavagem de dinheiro e know your customer.

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Problema para diversas agências

Além da DEA, o Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos também culpou as organizações criminosas chinesas pelo aumento no número de criptomoedas para lavar dinheiro. Isso foi esclarecido durante uma audiência realizada no início do mês.

Contudo, embora a utilização de criptomoedas para lavar dinheiro ofereça algumas vantagens, com exceção de Monero e Zcash, as transações são transparentes, uma vez que elas podem ser vistas em suas respectivas blockchains.

Globalmente, estima-se que US$2 trilhões são lavados, e o uso de criptomoedas na limpeza de dinheiro ilícito é ínfima em comparação a outros canais.

Fonte: CCN