Como o Bitcoin aponta o futuro dos protestos descentralizados?

Os protestos atuais estão alinhados com os ideais das criptomoedas descentralizadas assim como o Bitcoin que, por sua vez, são influenciadas pela agitação que domina o mundo

Protestos em todo o mundo, em Hong Kong, Chile, França, Oriente Médio e outros lugares, estão adotando os princípios e produtos de criptomoedas descentralizadas como o Bitcoin – em muitos casos, mesmo sem saber.

Os movimentos de hoje são compostos por centenas e milhares de manifestantes, grupos de indivíduos díspares alinhados em torno de valores e causas. Os protestos descentralizados – não dependem de uma liderança ou uma convocação, esses protestos dependem somente da tecnologia – poderiam garantir sua longevidade. Também poderiam alterar permanentemente o cenário geopolítico.

Da mesma forma, a blockchain, a tecnologia que sustenta o Bitcoin e outras criptomoedas, depende de redes descentralizadas.

Mas quão alinhados estão esses movimentos sem líderes com as blockchain e as criptomoedas descentralizadas da mesma forma? E qual o impacto que eles estão tendo na adoção de princípios descentralizados – e, finalmente, no preço e na percepção das criptomoedas?

O ponto forte e fraco das manifestações está na Internet

A Internet fornece a espinha dorsal da rebelião do século XXI, mas também é o elo mais fraco.

O canivete suíço para manifestantes modernos é o smartphone; uma ferramenta de comunicação que também é uma câmera, GPS e muito mais. Aplicativos como o Telegram e algumas outras redes sociais, que são criptografadas e privadas são perfeitas para esse cenário.

Essas ferramentas permitem que os manifestantes evitem a vigilância; formem grupos anônimos; postem imagens de vídeo; e decidam como e onde irão se reunir.

No início do mês de novembro, as autoridades iranianas mostraram como podem neutralizar as manifestações.

Manifestações em massa contra o aumento da gasolina, resultado de sanções dos EUA, se tornaram violentas, mas foram rapidamente difundidas quando o Irã interrompeu a conexão à Internet em mais de 90% do país.

Não é uma coisa fácil de fazer. Mas regimes em todo o mundo, incluindo o da Rússia, têm estado ocupado em participar de redes tradicionais privadas e descentralizadas com acordos de cooperação, implantes técnicos ou uma combinação de ambos, para se darem mais poder sobre o controle da Internet.

Tanto na Rússia quanto no Irã, o Telegram foi banido pelas autoridades desde o ano passado. Mas os dissidentes russos conseguiram encontrar maneiras de contornar a proibição, geralmente usando VPNs – redes privadas virtuais – que direcionam uma conexão à Internet através de um país diferente. O fundador do telegrama, Pavel Durov, também se mostrou hábil em mover os servidores da empresa para ficar um passo à frente das autoridades.

Fonte: Decrypt

 

 

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Foto de Bruno Lugarini O autor:

Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.