Computação quântica vs Blockchain: quem ganha?
A computação quântica poderia dar fim a blockchain?
A principal característica da blockchain é que sua estrutura garante que as informações armazenadas não sejam violadas por terceiros, graças a um sistema de chaves que permite segurança quase inviolável. E em todos esses anos, principalmente a blockchain descentralizada, provou sua inviolabilidade. Mas a computação quântica poderia mudar tudo isso?
Esse sistema funciona desde que não exista esse poder de computação que possa permitir um ataque de força bruta, o que resultaria em risco dos fundos. Até agora, tecnologias semelhantes nunca existiram, no entanto, agora a situação mudou.
Computação quântica vs Blockchain: é um problema real?
Com o advento dos primeiros computadores quânticos, o problema se tornou relevante no ambiente criptográfico, porque acredita-se que esses computadores possam, no futuro, criar muitos problemas para blockchains e as criptomoedas relacionadas.
O primeiro requisito é explicar brevemente o que é um computador quântico e como ele funciona. Ao contrário dos computadores tradicionais, os computadores quânticos processam sequências dos bits 1 e 0 e têm a capacidade de operar ao mesmo tempo 2 informações diferentes, graças ao uso de bits quânticos (qubits).
Basicamente, Qubits em vez de Bits permitem realizar vários cálculos em paralelo, em vez de sequencialmente.
Mas isso, como explicado também por Giacomo Zucco, não afetaria a mineração.
De fato, o bitcoin foi parcialmente concebido como resistente a quantum: um computador quântico não pôde recuperar a chave de um endereço de bitcoin a partir do próprio endereço, porque é um hash e, portanto, não é possível recuperar a fonte original.
Este é o caso do bitcoin. Mas e as outras criptomoedas?
A maioria das criptomoedas, as chamadas altcoins, são derivadas do código fonte do bitcoin e, com as atualizações apropriadas, podem se tornar resistentes a computação quântica sem problemas.
Por exemplo, o Ethereum já em 2015 havia levado isso em consideração e implementado assinaturas de Lamport; o mesmo vale para a EOS, cujo CTO, Daniel Larimer, disse que seria suficiente simplesmente atualizar o protocolo para evitar problemas.
Já existem blockchains e criptomoedas resistentes a computação quântica?
A resposta é sim, pois alguns usam um sistema diferente de assinaturas e hashes.
A IOTA, que é uma criptomoeda baseada em DAG (Directed Acyclic Graph), possui um sistema de assinatura de uso único, Winternitz, em vez da assinatura da curva elíptica;
O Nexus (NXS) usa uma chave privada de 571 bits e algoritmos de 1024 bits para o hash (Skein e Keccak);
O Quantum Resistant Ledger (QRL) implementa Lamport-Diffie, Winternitz e XMSS (eXtended Merkle Signature Scheme).
Em conclusão, os computadores quânticos não são capazes no momento, mas provavelmente também não serão no futuro próximo, de comprometer a resiliência de blockchains e criptomoedas.
De fato, mesmo que o supercomputador do Google tenha atingido 53 qubits, esses valores não são suficientes para executar essa tarefa.
- Veja também: Google alcança “supremacia quântica”
Fonte: Cryptonomist
Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.