Conheça o homem que rastreia sequestradores e paramilitares utilizando blockchain

Blockchain no combate ao crime

Ben Strickland é um investigador que utiliza técnicas OSINT (open source intelligence) para rastrear transações de criptomoedas e estabelecer conexões com paramilitares, extorquidores e crimes organizados online – tudo isso por meio do blockchain.

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Em junho, Strickland publicou um post no Medium chamado “Rastreando uma célula jihadista, sequestradores e um golpista utilizando blockchain — uma investigação open source.”

Strickland conversou com o site CCN sobre as técnicas de dados abertos que ele utiliza em suas investigações, descrevendo dados abertos como qualquer vídeo do YouTube, dados em um blockchain, imagens de satélite ou posts em redes sociais.

“Eu comecei observando um grupo jihadista que estava solicitando doações do público por meio dos canais típicos utilizados por eles (Telegram, Twitter). Fazendo a mesma coisa que eu faço em casos de abuso de direitos humanos, eu observei todos os dados disponíveis. Tornou-se aparente para mim que um endereço ligado ao grupo jihadista tinha conexão com um sequestro na África do Sul.”

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Ele começou a realizar pesquisas no Google e o no Reddit acerca dos endereços de Bitcoin, e descobriu um comentário sobre um golpe no Facebook contendo um dos endereços marcados por ele.

“Eu olhei a conta do Facebook utilizada para realizar o golpe. Eram fotos de um cara e sua namorada, ambos do Reino Unido, mas ele estava sacando seus bitcoins em rands sul africanos [moeda da África do Sul]. Em outras imagens, ele estava segurando bolos de dólares, fazendo declarações do tipo ‘como eu posso fazer de você o novo bilionário do bitcoin’.”

Posteriormente, Strickland descobriu outras contas no Facebook com uma forma similar de exibir as informações. Elas se ofereciam suporte e davam dicas sobre como enganar as vítimas, além de se vangloriarem de seus sucessos.

“Desnecessário dizer, meu radar de m**** estava apitando. Essas contas no Facebook tinham imagens de seus endereços de Bitcoin, mostrando quanto eles tinham feito. No blockchain, esses endereços estavam no meio de tudo. Eventualmente eu identifiquei uma antiga exchange sul africana que estava conectada a tudo isso.”

Quando perguntado sobre as razões por trás do seu trabalho, Strickland citou a quantidade crescente de casos de cripto crime, apontando que no BitcoinWhosWho, um site focado em identificar endereços de bitcoin e relatar golpes, existem de 10 a 30 casos diariamente envolvendo extorsão sexual. Ele afirmou que assim como temos a habilidade de monitorar um mundo guiado por moedas fiat, é importante que as pessoas estejam cientes dos métodos de monitoramento de cripto crimes.

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Ele conclui:

“É importante saber que esse é o poder que o blockchain é capaz de exercer. Mesmo sendo um mercado livre, desregulamentado e descentralizado, o poder do blockchain está em uma pessoa como eu, no conforto da minha casa em um laptop, sem treinamento formal, poder identificar crimes ocorridos no blockchain.”

Fonte: CCN