Conheça a religião baseada em blockchain – não é brincadeira
Um ateu criou uma seita baseada nas tecnologias descentralizadas; entenda melhor sobre o caso e suas principais polêmicas.
Amém, blockchain!
Matt Liston, ex-CEO da plataforma Augur, foi removido do projeto que ajudou a fundar. Por conta disso, levantou um processo multimilionário contra os desenvolvedores. Depois, resolveu criar uma religião baseada em… Blockchain.
Liston é autodeclarado ateu e, ironicamente, fundador da seita 0xΩ. Sua principal inspiração é fazer com que grupos alcancem consenso de maneira mais acelerada e consistente, além de mover doações para a manutenção da blockchain do Ethereum.
Como funciona?
De acordo com uma reportagem da Forbes, Liston criou uma espécie de “ecossistema religioso que permite que crenças mantenham-se atualizadas muito mais rapidamente, além de democratizar a relação entre adesão e convergência sobre o que todos acreditam nessa religião”.
A inauguração da seita ocorreu em 2018 no grupo no New Museum, em Nova York.
O sistema de governança garante aos usuários a possibilidade de registrar seus próprios escritos sagrados em blockchain. Todos os textos podem ser lidos, auditados e aprovados por meio de contratos inteligentes (smart contracts).
Mercado da fé
Doações religiosas, de acordo com dados da Giving USA, movimentam grandes quantidades de dinheiro: cerca de US$ 390 bilhões foram movimentados em 2017 por meio de instituições de caridade.
A proposta de Liston, à primeira vista, pode parecer promissora: religiões podem ser fundadas e, uma vez registradas em blockchain, não precisam de uma autoridade central para mediá-las. Contudo, tratar a blockchain como forma de culto é, no mínimo, preocupante. Criar uma seita baseada em tecnologia computacional é ainda mais assustador.
Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.