Coréia do Norte pode estar utilizando criptomoedas para financiar programa de armas de destruição em massa
O governo supostamente está desviando ativos através de crimes cibernéticos
De acordo com um novo estudo, a Coréia do Norte pode estar utilizando criptomoedas para contornar sanções e financiar o desenvolvimento de armas nucleares.
Pesquisadores do Royal United Services Institute (RUSI), centro de estudos de defesa e segurança britânico, revelaram como a exploração de Bitcoin e outras criptomoedas através de crimes cibernéticos oferece uma “linha de vida financeira” para a Coréia do Norte enquanto esta busca desenvolver seu programa de armas de destruição em massa.
De acordo com a analista de pesquisa e coautora do documento Kayla Izenman, a natureza sem limites das criptomoedas as tornaram um alvo atrativo para aqueles que desejam contornar o sistema financeiro tradicional.
“Dada a grande quantidade de criptomoedas que estamos procurando destes hacks em exchanges e a possibilidade de mais vindo de operações de mineração, é razoável assumir que o dinheiro pode estar financiando diretamente o programa de armas de destruição em massa da Coréia do Norte (…). No mínimo, a exploração de criptomoedas está permitindo que a Coréia do Norte transacione com o resto do mundo de formas que buscam contornar as sanções designadas a coibir a proliferação do financiamento.”
Um relatório paralelo publicado pelo Conselho de Segurança da ONU em março estima que a Coréia do Norte acumulou mais de US$670 milhões em Bitcoin e outras criptomoedas para apoiar seu regime.
De acordo com uma mídia local, apesar do recente progresso diplomático com os EUA, o líder Kim Jong-un continua realizando testes com armas de sistema avançado.
Os testes ocorrem enquanto as negociações entre Kim e Trump continuam em um impasse. Aparentemente um dos principais pontos críticos em negociações entre os líderes é o desejo de Kim pelo fim das sanções.
Fotos de satélite também revelam que o país possui a intenção de lançar mísseis ou possivelmente um foguete de um território próximo a Pyongyang.
A Coréia do Norte recentemente negou acusações de envolvimento em crime cibernético voltado à evasão de sanções, entretanto mostrou considerável interesse no mercado de criptomoedas nos últimos anos. Nesta semana o país está sediando a primeira conferência focada em blockchain e criptomoedas em Pyongyang. Aparentemente a mídia estrangeira não possui autorização para cobrir o evento. Cidadãos do Japão, Israel e Coréia do Sul também não são bem-vindos. De acordo com o site oficial do evento, mais de 100 especialistas estrangeiros irão comparecer.
O estudo aconselhou os países a agirem com urgência para evitar o “risco sistêmico” imposto pela Coréia do Norte graças à exploração das criptomoedas.
“Se realizada com a urgência apropriada (…) países da região podem obter sucesso em tornar-se menos vulnerável aos riscos da atividade de cripto da Coréia do Norte”
FONTE: INDEPENDENT
Simpatizante das criptomoedas, após cursar Arquitetura e Urbanismo, reavivou um antigo gosto pela escrita e atualmente trabalha como redatora do WeBitcoin.