Criptomoedas e as microtransações em jogos

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Ubisoft “Quartz”: estúdio gamer de grande porte tentou inserir NFTs de maneira errada e jogadores detestaram a ideia. Imagem: Reprodução

Novos modelos de monetização em cripto estão sendo pensados para tornar a indústria menos desequilibrada em termos de jogabilidade e cobrança.

Criptomoedas podem mudar a história

Microtransações são um mecanismo bastante típico nos games online mais populares. Enquanto alguns possuem sistemas mais justos e equilibrados, como Fortnite e Path of Exile, outros abusam do sistema e, com isso, prejudicam a experiência do jogador.

Porém, a tecnologia blockchain permite que novos modelos de monetização sejam implementados nos games. Afinal, não são poucos os casos de jogadores frustrados com títulos que, apesar de serem “gratuitos”, exigem que você pague para ter uma experiência aceitável.

O exemplo mais recente é Diablo Immortal, produzido pela Activision Blizzard: em poucos dias, usuários começaram a “destruir” a reputação do jogo na internet devido ao seu sistema totalmente “pay to win” (“jogue para ganhar”, em tradução livre).

Asmongold, famoso youtuber, descobriu que é necessário investir US$ 100 mil para alcançar o nível máximo no game. A não ser que o jogador tenha 10 anos de dedicação para atingir o ápice de seu personagem.

Mas as criptomoedas podem acabar com tais abusos.

Play to Earn (P2E)

O modelo Jogue para Ganhar é, sem dúvidas, revolucionário e pode mudar para sempre a vida de muitas pessoas. Quanto mais o jogador aproveita o game, mais criptomoedas ele consegue fazer ao longo do dia.

Na maioria dos jogos que fazem uso desta mecânica, é necessário realizar um investimento inicial, geralmente baixo. Em títulos mais modernos, é possível começar do zero e começar a faturar, ainda que mais lentamente.

Axie Infinity tornou-se um marco na indústria dos jogos P2E por conta de sua jogabilidade simples, gráficos agradáveis e rentabilidade justa.

Metaverso

Criar jogos em mundos interoperáveis e interconectados cria um leque de possibilidades praticamente infinito aos desenvolvedores. O universo blockchain, assim como qualquer jogo, precisa movimentar capital para funcionar; devido às tecnologias descentralizadas e distribuídas, resolver esse problema é muito mais fácil.

Criptomoedas podem ser utilizadas especificamente como dinheiro dentro de jogos, o que permite a criação de uma economia real, não virtual. Além disso, a interoperabilidade garante que vários ativos digitais sejam aceitos, sem problemas de compatibilidade.

Não são poucos os casos de jogos online que, devido às más escolhas dos desenvolvedores, arruinaram a economia da moeda fictícia. Um dos casos mais célebres é World of Warcraft, que afetou negativamente o modelo econômico in-game (dentro do jogo) por conta de suas várias atualizações.

Conclusão

Há muito trabalho a ser feito. Todos os projetos, pelo menos durante a feitura deste artigo, ainda estão em fase alpha ou beta. Porém, os usuários parecem empolgados com as mudanças drásticas trazidas pela tecnologia blockchain.

Enquanto boa parte dos jogos traz apenas despesas, o mundo cripto busca trazer retornos financeiros aos gamers mais dedicados; o processo de adaptação, como era de se esperar, é um tanto quanto devagar – mas está caminhando.

Os gamers estão esperando por novos modelos de microtransações, tendo em vista os claros abusos trazidos pela indústria. Jogos construídos em blockchain e tokens não fungíveis (NFTs) estão propondo novos ares, pois os mecanismos atuais, verdade seja dita, estão saturados.

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.