Como as criptomoedas podem ajudar a evitar guerras?

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Usuários cripto preferem a paz. Imagem: WIRED

O conflito Rússia x Ucrânia trouxe a discussão à tona; entenda a ingerência dos ativos digitais na busca pela paz.

Cripto vai à guerra

Alan Turing, pai da computação, não seria capaz de imaginar algo tão simples e, ao mesmo tempo, complexo como os ativos digitais. Ele foi o responsável pela base da computação moderna durante a Segunda Guerra Mundial; ou seja, a informatização sempre esteve relacionada a conflitos.

Apesar de a guerra da Rússia contra a Ucrânia ter trazido a pauta ao grande público, a utilização das criptomoedas em períodos de conflito – seja para o bem ou para o mal – não é novidade.

Segundo o The Diplomat, grupos terroristas de peso estariam aproveitando a falta de regulamentações em países asiáticos para financiar suas atividades por meio de criptoativos. Como se delinquentes estivessem preocupados com banimentos e restrições.

O tráfico de drogas no México movimenta cerca de US$ 25 bilhões por ano em Bitcoin. Isso significa que a utilização de ativos digitais para fins escusos não é algo novo: a única diferença é que as luzes dos holofotes estão mais fortes.

Ajuda humanitária

Por outro lado, em períodos de forte crise socioeconômica, as criptomoedas estão desempenhando um papel fundamental na manutenção das necessidades básicas: dezenas de milhões de dólares em ativos digitais foram enviados à Ucrânia para auxiliar o país contra a covarde investida russa.

Não é possível proibir seu uso, ainda que a canetada burocrática tente dizer o contrário. Indivíduos, por livre e espontânea vontade, renunciam a parte de sua riqueza para redistribuí-la voluntariamente aos que pouco ou nada têm.

Scott Kelly, ex-membro da NASA, aproveitou o momento e lançou uma coletânea a respeito de seu trabalho no espaço: em poucas horas, todos os tokens não fungíveis (NFTs) foram vendidos e o valor foi repassado ao governo ucraniano.

Liberdade e paz

Em linhas gerais, a humanidade enfrenta problemas demais e não tem a menor vontade de perder tempo – e vidas – por conta de conflitos armados desnecessários. Os únicos beneficiados pelas perdas financeiras e humanas são os que habitam o topo da pirâmide legal.

Todas as iniciativas filantrópicas em apoio à Ucrânia reforçam este ponto. Em uma sociedade realmente livre, capaz de escolher como lidar com seu próprio dinheiro, a tendência sempre será a busca pela paz.

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.