Diretor de Moedas Digitais do Banco Popular da China diz que blockchains precisam de centralização
O diretor de moedas digitais da China disse que a descentralização excessiva é um erro fatal e pode ser o fim para Bitcoin, Ethereum e muitos outros blockchains.
Leia mais: Coincheck gerou lucros, apesar do hack de janeiro
Em uma publicação feita na Yicai, Yao Qian — que lidera o instituto de pesquisa sobre moedas digitais do Banco Popular da China — que é impossível exercer a governança descentralizada e informal do blockchain em ampla escala. Ele disse que a solução para este problema é criar um governador central para o blockchain.
Ele escreveu:
“De fato, relaxando a descentralização constritora, muitos problemas podem ser resolvidos. Por exemplo, em um sistema multi cêntrico como a coalition chain, atualizar o blockchain desligando o sistema, ou realizar uma intervenção de emergência, retroação de dados, e etc, são meios disponíveis quando necessários, e esses métodos ajudam a controlar riscos e corrigir erros.”
Ele acrescentou:
“É previsível que existirá uma área entre dois pólos de centralização e descentralização no futuro.”
Como evidenciado, Yao citou o hack da DAO e o “divórcio” conturbado entre Ethereum e Ethereum Classic.
Sob a estrutura proposta por Yao, o Banco Popular da China teria a habilidade de pausar ou desativar o sistema, retroagir transações e outros dados, além de forçar atualizações do sistema sem a necessidade de um consenso da comunidade.
“Para atualizações regulares do código, smart contracts controláveis poderiam ser atingidos através da separação do código e dos dados, combinando-os com estruturas de smart contracts multi camadas,” ele explicou.
Leia mais: Movimento #metoo da China foge da censura por meio de blockchain Ethereum
Yao não é o primeiro oficial de uma agência reguladora chinesa a argumentar que bancos centrais deveriam adotar uma tecnologia de registros distribuídos, mantendo uma estrutura de governança centralizada.
Em março, Zhang Ye, diretor da Comissão Reguladora de Títulos Financeiros da China, afirmou que:
“A absoluta descentralização do blockchain não é válida, pois o blockchain é um software, e softwares devem ser centralizados.”
Anteriormente, o vice-presidente do Banco Popular da China, Fan Yifei, disse que uma moeda digital do banco central deveria ter um “anonimato controlado”, de forma que o governo pudesse mitigar a lavagem de dinheiro, financiamento de causas terroristas e outros crimes financeiros.
Leia mais: Outras cinco empresas de pagamento adotam a tecnologia xVia da Ripple
Fonte: CCN