Dogecoin e Cardano puxam retomada após liquidação bilionária

Cardano e Dogecoin lideram a recuperação após a liquidação histórica de US$ 19 bi, reacendendo a confiança do mercado.

Dogecoin e Cardano lideram a recuperação após choque de US$ 19 bilhões

O mercado cripto voltou a respirar depois de uma das maiores liquidações da história. Na sexta-feira, uma tarifa de 100% imposta por Donald Trump sobre importações chinesas provocou pânico e eliminou cerca de US$ 19 bilhões em posições alavancadas. Em poucas horas, milhares de traders foram liquidados, especialmente na Hyperliquid, onde mais de 6.300 carteiras colapsaram em cascata.

Dois dias depois, a maré virou. À medida que Washington e Pequim agem para acalmar as tensões, o mercado começa a se recompor. Dogecoin (DOGE) e Cardano (ADA) puxam a recuperação com ganhos próximos de 10% em 24 horas. Bitcoin sobe 2,7%, cotado a US$ 114.665, e Ether avança 8,3%, para US$ 4.135.

De acordo com Justin d’Anethan, chefe de parcerias da Arctic Digital, “o que acabamos de ver foi uma grande reinicialização emocional”. Para ele, a volatilidade castigou os traders de ambos os lados, mas a estrutura de longo prazo do mercado segue sólida.

A estrutura se mantém firme

Mesmo com a forte oscilação, os fundamentos do mercado não foram abalados. Os fluxos de entrada em ETFs continuam robustos, e os saldos cambiais se mantêm próximos das mínimas do ciclo. O Binance Coin (BNB) valorizou 13,9%, sinalizando o retorno da liquidez aos tokens do ecossistema. XRP subiu 7,4% e Solana, 7,2%.

Esses movimentos reforçam a mensagem central: a tendência de alta mais ampla continua intacta. A recente liquidação funcionou como um “ajuste técnico”, eliminando o excesso de alavancagem e preparando o terreno para uma retomada mais saudável.

Além disso, a confiança no setor se manteve surpreendentemente firme. Apesar da dor de curto prazo, grandes players institucionais mantiveram posições e sinalizaram que a liquidação serviu apenas para reforçar o equilíbrio estrutural. Assim, a narrativa otimista ganhou força novamente.

O impacto geopolítico e o retorno do apetite ao risco

O gatilho para a recuperação veio de fora do mercado. No fim de semana, o Ministério do Comércio da China esclareceu que os controles de exportação de terras raras não seriam uma proibição geral. Em paralelo, Trump publicou que “os EUA querem ajudar a China, não prejudicá-la”.

Esses sinais foram suficientes para esfriar o clima da guerra comercial e restaurar parte do apetite ao risco global. Com isso, o mercado cripto voltou a se mover em sintonia com o cenário macroeconômico.

Jeff Mei, COO da BTSE, observou que, se o conflito comercial não escalar, os ativos digitais podem retomar o caminho rumo às máximas históricas. O desempenho dos próximos dias dependerá da postura dos bancos centrais e do apetite dos investidores institucionais.

Olhando para frente

Se houver flexibilização monetária, tokens ligados à geração de rendimento — como Ether e algumas altcoins — tendem a superar o Bitcoin. Além disso, o comportamento das “baleias”, a distorção nas opções e as taxas de financiamento indicarão para onde o novo capital institucional deve fluir.

No entanto, o sentimento geral é de confiança. Muitos analistas enxergam a liquidação como uma limpeza necessária para reequilibrar o mercado. Em outras palavras, a correção queimou a alavancagem, mas não a crença.

O investidor que soube manter a calma começa agora a colher os frutos. Assim, a recuperação atual mostra que, apesar das quedas bruscas, o ciclo de alta ainda pulsa — e pode ganhar força à medida que o cenário geopolítico se estabiliza.

A recente volatilidade reforça um padrão conhecido no universo cripto: o pânico de curto prazo muitas vezes antecede uma nova fase de expansão. Dogecoin, Cardano e outras altcoins mostraram resiliência e retomam o fôlego em meio a um cenário global mais estável. O mercado respira aliviado, e a confiança retorna — um sinal claro de que, mesmo após um “choque emocional” de US$ 19 bilhões, a convicção permanece firme.