Drex não abandonou a tecnologia blockchain

Banco Central reafirma o Drex e mira tokenização

O Banco Central do Brasil reforçou que o Drex não abandonou a tecnologia blockchain. A iniciativa, que já dura anos, entra em uma nova fase sem a tecnologia, mas mira acelerar a entrega de resultados. Assim, o órgão busca preparar um ecossistema robusto para a moeda digital. Além disso, o ambiente político e econômico elevou as expectativas para o próximo ciclo do projeto.

Foco em tokenização e serviços inovadores

Fabio Araujo, coordenador do Drex no Banco Central, afirmou durante o evento Meridian 2025, no Rio de Janeiro, que a decisão de retirar a blockchain nesta etapa responde à necessidade de privacidade e escalabilidade. No entanto, ele reforçou que a tecnologia segue nos planos do Banco Central. Assim, a instituição trabalha em laboratórios de tokenização e em parcerias com outros bancos centrais para CBDCs.
O coordenador explicou que a terceira fase do Drex não usará blockchain, mas que essa escolha não elimina seu potencial no futuro. Portanto, o foco agora está em construir uma infraestrutura segura, ágil e adaptada à nova regulação. Além disso, o BC quer ampliar o alcance dos serviços digitais, tornando-os mais baratos e acessíveis para famílias e empresas.

A iniciativa do Drex é mais ampla que o piloto. No piloto, tivemos a demanda de entregar um produto no curto prazo pela diretoria do Banco Central, e, considerando isso, concluímos que não seira possível usar blockchain devido a questões de privacidade e escalabilidade”, afirmou Araújo.

Essa mudança, segundo especialistas do mercado, abre caminho para que o setor privado acelere suas iniciativas de tokenização. O MB, por exemplo, defende que o passo do BC dá velocidade ao projeto. Já outras vozes alertam que centralizar demais pode enfraquecer o conceito original do Drex.

Conexão com inclusão financeira

Para o Banco Central, o Drex é um passo natural após o Pix, que trouxe milhões de novos usuários ao sistema financeiro. Agora, o desafio é aprofundar a inclusão, criando produtos que façam sentido para diferentes perfis. Além disso, há o compromisso com estabilidade e inovação.
O Drex busca criar um ambiente em que a moeda digital ofereça confiança, enquanto os ativos privados digitais abrem espaço para novos serviços. Essa combinação pretende trazer eficiência, reduzir custos e fortalecer o sistema financeiro. Assim, mesmo sem blockchain no curto prazo, a meta é construir bases sólidas para inovação.
Araujo reconheceu que o piloto enfrentou barreiras técnicas, mas disse que o mercado privado está animado com a tokenização de ativos do mundo real. Ele acredita que, nos próximos meses, o Brasil verá avanços significativos nessa frente.

Meridian 2025: tecnologia e propósito

O Meridian 2025 reuniu especialistas globais no Rio de Janeiro para discutir como a blockchain e tecnologias relacionadas podem resolver desafios reais. O evento destacou temas como identidade digital segura, infraestrutura financeira inovadora e modelos responsáveis de inovação. Além disso, reforçou a necessidade de criar um futuro inclusivo e acessível.
Durante o encontro, o Drex foi um dos assuntos centrais, mostrando como o Brasil se tornou referência em projetos digitais públicos. Assim, os debates sinalizaram que tecnologia e propósito podem caminhar juntos, acelerando transformações profundas no sistema financeiro.

O Banco Central deixou claro que o Drex não é apenas um piloto, mas um projeto estratégico de longo prazo. Mesmo com ajustes e sem blockchain neste momento, a meta é consolidar um ecossistema seguro, moderno e inclusivo. Além disso, o engajamento de especialistas globais no Meridian 2025 reforça que o Brasil está no radar da inovação financeira.
Com foco em tokenização e inclusão, o Drex se posiciona como ponte entre o sistema financeiro tradicional e o universo digital. O mercado observa atento, esperando que as próximas etapas tragam avanços concretos e benefícios reais para a população.