El Salvador: Fitch Ratings rebaixa país e cita riscos por usar Bitcoin

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El Salvador perde ranking na Fitch Ratings. Imagem: Reprodução

A agência de avaliações é uma das maiores dos Estados Unidos; a gestão Biden, bem como a anterior, não simpatiza com as criptomoedas, pois vê nelas uma ameaça à soberania do dólar.

Reprovado

Fitch Ratings, uma das agências de avaliações mais tradicionais dos Estados Unidos, rebaixou El Salvador de B- para CCC nesta quarta-feira (9).

A métrica da Fitch funciona da seguinte maneira:

AAA, AA, A e BBB = grau de investimento, boas chances de fechar negócios;

BB, B, CCC, CC, C e D = grau especulativo ou ruim, volátil, chances consideráveis de problemas.

Motivos

No caso da nota CCC, a agência afirma existir “risco de crédito substancial”, bem como “margem de segurança muito baixa”:

“Na visão da Fitch, o enfraquecimento das instituições e a concentração de poder na presidência aumentou a imprevisibilidade política; e a adoção do Bitcoin como moeda legal adicionou incerteza sobre o potencial para um programa FMI que liberaria financiamento para 2022-2023.”

Além disso, disseram que “o aumento dos riscos de financiamento, decorrentes do aumento da dependência de dívidas de curto prazo” também ajudou a colocar El Salvador em um ranking menos otimista para investidores.

Treta

Nayib Bukele, presidente de El Salvador, não agradou o Fundo Monetário Internacional (FMI): a entidade pediu ao país que não mais aceite a criptomoeda como meio oficial de pagamento.

Entretanto, Bukele parece ter ignorado solenemente os anseios da entidade bancária, a qual possui grande peso na classificação de países perante outras potências.

Desde setembro do ano passado, o governo salvadorenho adquiriu cerca de 1.801 bitcoins. Mas não se sabe ao certo quais os planos futuros para o ativo digital; oficiais continuam silenciosos com relação a transparência dos fundos.

Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.