Empresas compram bilhões em Bitcoin e ampliam reservas em ETH e SUI

O mercado de criptoativos vive um momento singular. Apesar da movimentação de grandes baleias vendendo milhares de Bitcoins antigos, empresas listadas em bolsa seguem aumentando expressivamente suas posições em ativos digitais. Além disso, desde agosto de 2024, o Bitcoin valorizou 80% e no mês passado, tivemos um novo ATH do BTC a US$ 123.000. Além disso, houve a aprovação pela Câmara dos EUA de três projetos de lei históricos: CLARITY Act, que funciona como um framework regulatório, o GENIUS Act, que impulsiona a inovação em Blockchain e o Anti-CBDC Act, focado em proteger a privacidade financeira.
Apenas em julho, companhias listadas em bolsa adquiriram 49 mil BTC, totalizando US$ 5,8 bilhões a uma cotação média de US$ 117 mil por Bitcoin, mesmo com grandes investidores vendendo Bitcoins de carteiras antigas. Considerando que as empresas têm hoje 955 mil Bitcoins, o valor representa um crescimento de 5% apenas em um mês.
Esse movimento reforça a consolidação das “Bitcoin Treasuries” e o surgimento das “Crypto Treasuries”, que agora incluem ativos como Ethereum e SUI. Considerando este cenário, é possível afirmar que estamos em uma nova era das tesourarias. E mais, vemos que a adoção corporativa de criptoativos está se diversificando. Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mercado e que ao final de julho completou 10 anos de sua criação, já figura em balanços de empresas como:
- SharpLink Gaming (SBET): adquiriu 438.190 ETH em 27 de julho;
- BitMine Immersion Technologies (BMNR): detém 600.000 ETH;
- Bit Digital (BTBT): converteu US$ 172 milhões em 100.603 ETH;
- GameSquare (GAME): investiu US$ 5 milhões em ETH, parte de um plano de US$ 100 milhões.
Além disso, uma outra movimentação recente no mercado mostra como há uma adoção institucional acelerada. O Ethereum ultrapassou a região dos US$ 4.000 e as holdings corporativas de ETH cresceram mais de 120% em julho, impulsionadas pelos fluxos de ETFs.
E mais, a Mill City Ventures (Nasdaq) anunciou a captação de US$ 450 milhões para formar uma reserva estratégica em SUI, destacando o crescente interesse em altcoins para estratégias corporativas. Essa adoção está acontecendo após grandes empresas e fundos solicitarem a criação de ETFs de criptomoedas, impulsionando a confiança no mercado e atraindo investimentos institucionais para outros ativos digitais, em um movimento que reflete a crescente aceitação de altcoins como parte de portfólios corporativos diversificados.
O setor de finanças descentralizadas (DeFi) também vive um momento de retomada, com o valor total bloqueado (TVL) alcançando o maior nível em três anos, próximo de US$ 178 bilhões. A World Liberty Financial (WLF), plataforma DeFi com envolvimento da família Trump, intensifica sua atuação, emitindo a stablecoin USD1 e investindo em protocolos como AAVE e Ethereum. No dia 29 de julho, a WLF adquiriu 256,75 ETH, após comprar 3.473 ETH em 22 de julho a US$ 3.743 por unidade.
O avanço das “Crypto Treasuries”, com investimentos bilionários em Bitcoin, Ethereum e SUI, marca uma nova fase de adoção institucional no mercado de criptoativos. A diversificação das reservas corporativas, aliada ao ressurgimento do DeFi, evidencia a crescente confiança das empresas no potencial dos ativos digitais. A Ripio Business – vertical B2B da Ripio, oferece uma infraestrutura completa que possibilita a integração de serviços cripto de forma segura, regulada, robusta e escalável – tem registrado forte crescimento, tanto em receita quanto em volume operado. Atualmente, existem mais de 2.000 empresas, de diferentes segmentos de mercado, que confiam nos serviços oferecidos pela Ripio para se beneficiarem do que o ecossistema cripto proporciona.
Na Ripio, temos atuado como parceiros estratégicos para empresas que desejam iniciar ou escalar seus negócios com criptoativos. Lideramos o mercado cripto na América Latina há mais de 12 anos e desempenhamos um papel de desenvolvimento desse ecossistema para pessoas e organizações, reunindo cases de sucesso como o Mercado Pago, no Brasil, México e Chile; IOL, na Argentina e OCA Blue, do grupo Itaú Unibanco Holding, no Uruguai. Atualmente, temos presença em oito países, oferecendo soluções para que instituições possam estruturar estratégias robustas e seguras, posicionando-se na vanguarda do futuro financeiro.
Considerando o contexto de mercado é possível analisar que esta tendência de adquirir ativos digitais nas estratégias corporativas e financeiras não apenas redefine modelos de negócios, mas também reforça o papel das blockchains como pilares da inovação e da descentralização no sistema financeiro global.
O Bitcoin tem testado resistências históricas e a tendência estrutural segue positiva, sustentada pelo avanço regulatório e pelo interesse institucional. Além disso, a adoção do modelo de in-kind redemptions (modelo já usado em ETFs tradicionais como os de ações e ouro) para ETFs spot de Bitcoin e Ethereum, aprovada recentemente pela SEC, representa um avanço importante para empresas que buscam investir com mais segurança em criptoativos. A possibilidade de resgatar cotas diretamente em BTC ou ETH, sem conversão em dólar, reduz custos operacionais e amplia a eficiência, aproximando esses produtos dos padrões já consolidados no mercado financeiro tradicional. Essa mudança aumenta a atratividade dos ETFs cripto em um momento de forte valorização do Bitcoin e crescimento no volume e patrimônio sob gestão desses fundos, sinalizando um ambiente mais maduro e estratégico para a entrada de capital corporativo.
*Artigo escrito por Matias Dajcz, CRO da Ripio, uma das maiores plataformas de criptoativos da América Latina.