Empresas estão criando moedas próprias

empresas estão criando moedas próprias

O futuro do dinheiro é a sua marca: porque empresas estão criando moedas próprias

O CEO da Mannah, Pedro Xavier, explica o uso de stablecoins próprias para fidelizar clientes e reduzir influência de grandes redes de cartões na liquidez do negócio

Ganhando cada vez mais força no mercado financeiro, as stablecoins são a bola da vez e vieram para ficar. Em junho de 2025, a capitalização total dessas moedas atingiu aproximadamente US$ 250 bilhões, com um volume anual de transações superior a US$ 28 trilhões, superando gigantes como Visa e Mastercard. Com o crescente reconhecimento da inovação proporcionada por essa tecnologia, algumas empresas estão indo além e desenvolvendo suas próprias stablecoins, é o caso de Walmart e Amazon, que estão estruturando tokens próprios lastreados em dólar.

Uma das grandes vantagens de se ter uma moeda própria é escapar das taxas cobradas por redes como Mastercard e Visa, que aplicam uma porcentagem sobre cada transação, o que, ao longo do tempo, representa uma perda significativa para os empresários. Segundo Pedro Xavier, CEO da Mannah, empresa especializada em blockchain, a adoção de stablecoins pode devolver esse controle às mãos das marcas. “Ter uma moeda própria permite reduzir drasticamente as taxas de cartões de crédito e intermediários bancários, que podem chegar a 4% por transação. Com uma stablecoin, a empresa passa a controlar o meio de pagamento, cria mais engajamento com sua base de clientes, economiza em cada venda e amplia sua margem de lucro”, explica Xavier.

Outro destaque desse modelo é a possibilidade de atrair investidores de qualquer lugar do mundo em tempo real, graças à emissão da stablecoin. Isso aumenta a liquidez da empresa, torna o negócio mais atrativo e transparente, além de reduzir a burocracia típica do ambiente regulatório brasileiro.

O uso da blockchain permite que a empresa transforme seu ecossistema em um ativo digital com rastreabilidade, liquidez e transparência. Com isso, é possível captar recursos por meio da pré-venda de tokens ou da criação de fundos lastreados em seus produtos e serviços. Por exemplo, uma operadora de telecomunicações pode emitir sua própria moeda para pagamentos de planos e recargas, enquanto um fundo de investimento pode adquirir esses tokens antecipadamente, garantindo capital para a empresa e retorno para o fundo, com base no uso futuro da moeda pelos clientes”, explica o CEO Pedro Xavier.

Ainda é necessário um investimento considerável para ter acesso a este tipo de tecnologia, que demanda muito esforço para ser construída com solidez e segurança. Entretanto, empresas como a Mannah tem trabalhado para reduzir os custos destas operações e garantir que a criação de moedas e a tokenização sejam cada vez mais acessíveis para empresas de todos os portes.

A longo prazo, esse investimento se paga com folga: há economia com taxas bancárias e de cartão, aumento na fidelização de clientes, maior controle sobre promoções e geração de novas receitas via parcerias, cashback e float dos tokens. A empresa pode iniciar com baixo custo e escalar conforme o uso cresce. As possibilidades são infinitas quando você controla seu próprio universo de pagamentos”, analisa.

O que isso significa para os consumidores

Ainda não muito popular entre a maioria dos brasileiros, o uso de stablecoins por lojas pode causar um boom no universo cripto, assim como o Pix facilitou a transferência de dinheiro e os pagamentos mesmo sob desconfiança quando foi implementado. Para os consumidores, uma moeda própria permite descontos exclusivos, cashback automático, acesso antecipado a produtos, gamificação e maior facilidade de pagamento em um ecossistema mais ágil.

Além de um posicionamento mais inovador e rentável, fortalece o relacionamento com o cliente com promoções mais atrativas, brindes exclusivos e outros meios de fidelizar o consumidor, criando um ecossistema fechado onde os clientes circulam e reinvestem dentro da própria empresa. A empresa também ganha mais dados sobre o comportamento dos clientes e reduz sua dependência de intermediários como bandeiras de cartão e bancos”, afirma Xavier.

Com o avanço da regulação no setor cripto e o amadurecimento das tecnologias de blockchain, o caminho para a adoção em massa das stablecoins está cada vez mais pavimentado. À medida que mais empresas e consumidores entendem os benefícios desse modelo, como redução de custos, fidelização e acesso facilitado ao capital, o mercado tende a se consolidar como uma alternativa segura e eficiente aos sistemas tradicionais de pagamento. A digitalização das finanças, impulsionada pelas stablecoins, pode representar para o comércio o que o e-commerce representou para o varejo físico: uma virada de chave.

Por fim, as stablecoins corporativas não são apenas uma tendência passageira, mas sim um novo modelo de operação financeira que redefine a relação entre marcas, clientes e investidores. “Com potencial para transformar desde pequenas empresas até conglomerados globais, esta tecnologia representa o futuro das finanças digitais. Cabe agora às empresas brasileiras olharem com mais atenção para esse movimento e avaliarem como essa inovação pode se integrar às suas estratégias de crescimento e competitividade no cenário global”, finaliza o CEO da Mannah.

Saiba mais sobre a Mannah: Fundada por Pedro Xavier e Christian Aranha, a Mannah é uma startup especializada em tecnologia Blockchain. A empresa tem como objetivo descomplicar a blockchain e mostrar ao mercado que ele vai além das criptomoedas – o ativo mais conhecido dos brasileiros – e democratizar o acesso a esta tecnologia, que tem potencial para transformar o mercado financeiro. A Mannah viabilizou, em parceria com a Hathor e a Acura, a tokenização de R$1 bilhão em precatórios, se tornando o maior RWA (ativos do mundo real) tokenizado na América Latina. Saiba mais em: Link