A determinação faz parte do processo movido contra Craig Wright por supostos desvios e falsificação de documentos

A justiça americana, a partir do Tribunal Distrital do sul da Flórida, está solicitando que os endereços de bitcoin do polêmico empresário australiano Craig Wright sejam revelados. Como acompanham os leitores do Webitcoin, Wright é uma das figuras centrais do debate em torno da identidade de Satoshi Nakamoto,  desde que se autodeclarou criador do Bitcoin, em 2016. Há quem diga que o empresário é uma fraude e também quem acredite que ele seja o Satoshi. Por sinal, a discussão em torno de Wright ser o rosto por trás do pseudômimo que envolve o surgimento das moedas virtuais tem rendido outras polêmicas judiciais, com processos por difamação.

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Nesse novo capítulo, foi judicialmente exigida a abertura de todas as carteiras mantidas por Wright a partir de 31 de dezembro de 2013, em decorrência do processo movido contra ele pelo espólio do cientista da computação David Kleimann, que já foi noticiado, também, por aqui. Kleimann era especialista em cibersegurança e tido como um dos desenvolvedores por trás do bitcoin e da tecnologia blockchain. Seus herdeiros acusam Craig Wright de roubar BTCs,  num montante que atingiu os US $ 5 bilhões.

Os motivos para abrir os endereços de bitcoin

Tal situação, de acordo com os herdeiros de Kleimann, falecido em 26 de abril de 2013, teve a ver com o fato de que sua família não tinha conhecimento da fortuna que ele portava em moedas virtuais. Sabendo disso, Craig Wright teria forjado documentos e desviado ativos para endereços mantidos por ele e suas companhias. Daí, o pedido dos queixosos em ter acesso a lista de movimentações de bitcoins realizadas pelo autodeclarado Satoshi, que incluem transferências para um fundo cego. Além de identificar os valores dessas operações, os reclamantes também pedem que sejam identificados o histórico de curadores e beneficiários desse fundo.

Na contramão dos pedidos, Craig Wright, solicitou que as informações sobre suas posses de Bitcoin fossem mantidas em sigilo. O pedido, no entanto, foi negado Pela determinação emitida, agora, pela Corte americana, devem ser relatados todos os registros transacionais de operações financeiras envolvendo o fundo cego, num documento acompanhado de declaração de autenticidade.

O autor: Daniela Risson

Jornalista desde sempre interessada pelos canais digitais, tem se dedicado à estratégia e produção de conteúdos. Em 2018, se aproximou da temática das criptomoedas e atua como redatora de projetos do mercado financeiro digital.