Entenda os esquemas: Ponzi e Pirâmide Financeira
Não caia em Ponzi ou Pirâmide Financeira
Muito se ouve falar em Ponzi e Pirâmide Financeira no mundo dos investimentos. Quando um retorno parece bom demais para ser verdade, os mais sóbrios logo apontam: “isso é ponzi e pirâmide!”.
Para não cairmos nestes tipos de golpe, precisamos primeiro entender o que eles são. Este entendimento começa em um ponto simples: Ponzi e Pirâmide Financeira são esquemas diferentes. Ambos são golpes, mas a estrutura de ambos se difere.
É importante ressaltar que ambas as práticas são tipificadas como crime, de acordo com a Lei 1521/51, artigo 2º, inciso IX:
“[…] obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos (“bola de neve”, “cadeias”, “pichardismo” e quaisquer outros equivalentes).”
Esquema Ponzi
Este golpe recebeu tal nome por conta de seu “idealizador”, quase como uma homenagem. Charles Ponzi (ou Carlo, como foi batizado) saiu da Itália em 1903, indo para a América do Norte. Charles chegou primeiro aos Estados Unidos, onde ficou pouco tempo antes de ir para o Canadá. Lá, foi condenado a três anos de prisão por falsificar cheques bancários.
Após sair da prisão, Ponzi retornou para os Estados Unidos e, em 1918, casou-se com uma também imigrante italiana em Boston. Este lugar é importante para a história de Charles Ponzi, pois foi nesse lugar em que ele executou uma das maiores fraudes da história – estimativas apontam que o esquema arrecadou US$50 bilhões de dólares. Foi nesse lugar que nasceu o Esquema Ponzi.
Um “Ponzi” é quando um gestor de investimentos se oferece para cuidar do dinheiro da vítima, com a promessa de que ela receberá ganhos frequentes sobre o dinheiro investido – geralmente mensais. O maior chamariz deste esquema são as promessas de altos retornos, geralmente vinculados ao discurso de que o golpista descobriu uma nova área para ganhar dinheiro, mas precisa de um investimento para começar a se aproveitar desta nova “mina de ouro”.
Contudo, tais investimentos nunca são feitos. O “gestor” pega o dinheiro dos membros mais novos e compensa os mais antigos, até o momento em que o fluxo de dinheiro será interrompido e o golpista sumirá com o dinheiro de todas as pessoas enganadas. É nesse ponto em que um Ponzi se diferencia de uma pirâmide financeira, conforme será exposto à seguir.
Pirâmide Financeira
Criada nos países da União Soviética, na época em que o conjunto ainda existia, a pirâmide financeira em muito se assemelha a um Ponzi: ela também se mantém enquanto novos usuários adentrarem o esquema.
Porém, na pirâmide financeira, geralmente o que ocorre é a necessidade de pagamento para um membro “superior” para que seja possível vender um determinado produto. Por exemplo, o indivíduo A oferece ao indivíduo B a “oportunidade” de vender um produto. B terá que pagar a A R$100 para aproveitar essa oportunidade e começar seu negócio, recrutando outras pessoas da mesma forma como ocorreu com ele. Assim é formada uma pirâmide.
Outra forma muito comum é quando combinam um ponzi com pirâmide: um “gestor” oferece retornos sobre o dinheiro investido, e dá uma bonificação à vítima caso ela recrute mais três outras pessoas para o esquema.
Ou seja, na pirâmide financeira, não há um gestor, mas uma “empresa” da qual todos fazem parte.
Importante ressaltar que, basicamente em todas as suas versões, os membros são qualificados em diferentes níveis – razão pela qual o esquema é chamado de pirâmide. Fique atento aos termos “membro ouro, membro rubi”, pois tais termos sempre remetem a um esquema de pirâmide.
Fique atento aos traços acima descritos e tenha sempre em mente: não existe fórmula mágica para enriquecer. Ainda que você saia a tempo do esquema, você consequentemente estará lesando outra pessoa.
Amanhã, trataremos dos mais notórios golpes de Ponzi e Pirâmide Financeira da história.