Entenda porque a Ford acredita que o blockchain combaterá o trabalho infantil
Ford vê um importante papel para a tecnologia blockchain
A gigante do ramo automotivo, Ford, firmou uma parceria com IBM, Huayou Cobalt e LG Chem para construir uma plataforma blockchain para monitorar o suprimento de cobalto na República Democrática do Congo, como parte de uma tentativa para garantir que o trabalho infantil não faça parte de sua cadeia de produção.
Ford e IBM firmam parceria para monitorar minas de cobalto
Anunciado na quarta-feira, o projeto, que será gerido pela companhia de consultoria RCS Group, utilizará a plataforma blockchain da IBM para monitorar o suprimento de cobalto utilizado na produção de baterias de lítio.
A ação ocorre em um momento quando outras indústrias primárias de produção também estão explorando tecnologia blockchain como potencial solução para rastreamento efetivo da cadeia de produção, visando garantir que os minerais saídos de zonas de conflito, ou extraídos por meio de trabalho infantil, não cheguem ao mercado global. Em outubro foi relatado que Alrosa, segunda maior companhia de mineração de diamante do mundo, se juntou ao Tracr, um sistema de monitoramento de cadeia de produção baseado em blockchain, desenvolvido pelo gigante grupo de mineração de blockchain De Beers Group.
Assim com o projeto da Ford, o Tracr foi desenvolvido para garantir que diamantes adentrando o mercado global a partir de países pobres da África não saiam de zonas de conflito, o que indiretamente prolonga os conflitos armados pelos chefes de guerra locais. Assim como a mineração de metais preciosos, a mineração de diamante em algumas partes da África também tem problema com trabalho infantil, que está sendo combatido por meio da implementação de tecnologia blockchain, em conjunto com rastreamento IoT.
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Desafios envolvendo rastreio de metais
Diferente de diamantes, que são peças mais individuais para minerar e vender, metais apresentam desafios diferentes ao monitoramento, pois eles são geralmente refinados em conjunto, sendo quase impossível identificar o que veio de onde. Para lidar com esse desafio, a IBM afirmou que está observando a possibilidade de realizar uma análise química com auxílio de AI, visando identificar a origem geográfica do cobalto, garantindo que apenas minerais “limpos” sejam utilizados.
O desafio de sanitarizar o suprimento de cobalto é particularmente importante, pois as baterias de lítio devem ter uma demanda ainda maior ao passo em que o mundo adota mais veículos elétricos, além do vasto número de dispositivos eletrônicos dependentes de células de lítio.
De acordo com o RCS, o desafio apresentado pelos mineradores artesanais – locais não registrados – será contabilizado ao levá-los a uma rede blockchain de participantes validados, tornando possível determinar quem está minerando e de onde sai o suprimento de cobalto.
Falando para a Reuters, o gerente geral da IBM, Manish Chawla, afirmou:
“Não há método a prova de falhas, mas você tem que manter a bola girando, para aumentar o nível de precisão.”
Fonte: CCN