O caso envolvendo XRP, destacado por um analista de mercado, reacendeu discussões sobre disciplina nas operações de longo prazo no mercado cripto. A primeira posição em XRP foi iniciada no começo de 2017, quando dois investidores compraram o ativo por cerca de US$ 0,007. O aporte de US$ 1.200 resultou em 171.428 unidades, acumuladas antes da forte alta daquele ciclo.

Como um trade perfeito se perdeu no ciclo de alta

A entrada ocorreu no momento ideal, já que o ativo disparou meses depois. Assim, a posição chegou a valer cerca de US$ 770.000 no topo do ciclo. No entanto, mesmo com a valorização acelerada e sinais evidentes de euforia, os investidores não realizaram o lucro. Segundo o analista, o apego emocional ao ativo impediu qualquer ação estratégica.

O relato aponta que o problema não foi a escolha do ativo nem o timing. O erro central foi a falta de um plano claro para venda. Portanto, sem um ponto de saída definido, a reação adequada não ocorreu diante da volatilidade crescente. Além disso, o analista destacou que muitos investidores focam apenas na compra, ignorando o peso psicológico de vender em momentos decisivos.

Essa postura costuma gerar dúvidas em fases de forte alta. Ainda que o mercado ofereça sinais evidentes de exaustão, a ganância por valorizações adicionais pode paralisar decisões. Assim, oportunidades consolidadas acabam descartadas quando a hesitação domina.

A rotação ignorada e o impacto no resultado final

O analista relatou um segundo erro que ampliou o prejuízo potencial. Caso a venda tivesse ocorrido no topo, os recursos poderiam ter sido usados para comprar Bitcoin quando o BTC ainda estava em torno de US$ 1.000. Com isso, seria possível adquirir aproximadamente 771 Bitcoins. Esse reinvestimento simples, sem alavancagem, teria multiplicado o patrimônio no ciclo seguinte.

A manutenção desses Bitcoins até as máximas históricas dos anos posteriores resultaria em mais de US$ 130 milhões. No entanto, o atraso para realizar lucros em XRP impediu a entrada no movimento seguinte do mercado. Portanto, o efeito composto do novo ciclo jamais se concretizou.

O analista admitiu que a dúvida e o apego ao ativo original foram determinantes. Assim, a oportunidade de rotação desapareceu, eliminando uma estratégia considerada sólida e direta.

No fim, o caso mostra como mesmo uma entrada perfeita pode resultar em frustração quando falta disciplina. Portanto, a ausência de um plano de saída e a falta de ação em momentos críticos transformaram um trade com potencial milionário em uma grande perda relativa. Além disso, o episódio reforça a importância de definir estratégias completas, que incluam entrada, saída e possíveis rotações para outros ativos.

Esse exemplo também ilustra como ciclos de mercado recompensam investidores preparados. No entanto, a hesitação costuma custar caro quando decisões rápidas são essenciais.