ESG: As 3 letrinhas do investimento sustentável
A sigla ESG significa, environmental, social and governance.
Em tradução livre, ambiental, social e governança. Geralmente usada para medir as práticas de uma empresa, a sigla tornou-se importante também nos investimentos.
Algumas pessoas condenam que, a mineração de Bitcoin exige um gasto absurdo de energia e a natureza altamente especulativa da criptomoeda aumenta seu risco. Abordaremos aqui o que os novos investidores, com a chamada mentalidade ESG observam antes de aplicarem.
13 anos de criptomoedas, até o ESG
Nos 13 anos desde a publicação de um white paper que lançou a onda digital de criptomoedas, com a introdução do Bitcoin, a capitalização de mercado das criptomoedas explodiu para mais de US$ 2,23 trilhões, com mais de 13.500 cripto ativos existentes.
O mercado de criptomoedas está, hoje, altamente concentrado com os cinco principais ativos;
- Bitcoin (BTC)
- Ethereum (ETH)
- Binance Coin (BNB)
- Tether (UST)
- Solana (SOL)
Representando mais de 72% do valor de mercado, aplicado nestes ativos.
Recapitulando o princípio de uma criptomoeda
A criptomoeda é uma moeda digital descentralizada, que depende da tecnologia de contabilidade distribuída para manter os registros de propriedade, e transferir a propriedade de um usuário para outro, geralmente com pouca ou nenhuma informação sobre a identidade do proprietário.
Ao contrário do dólar americano ou do euro, não existe uma autoridade central que gerencie e mantenha o valor de uma criptomoeda. Em vez disso, essas tarefas são amplamente distribuídas entre os usuários de criptomoedas pela Internet, na forma de blockchain.
Recapitulando o básico das redes blockchain
Blockchain é um pouco como um talão de cheques, distribuído em inúmeros computadores ao redor do mundo. As transações são registradas em blocos que são então vinculados em uma cadeia de transações anteriores, de criptomoeda.
Com uma blockchain, todo mundo que usa uma criptomoeda tem sua própria cópia deste livro, para criar um registro de transação unificado. Para evitar fraudes, cada transação é verificada usando uma das duas principais técnicas de validação: Proof of Work (PoW) ou Proof of Stake (PoS).
- Veja também: Suíça também vai bloquear criptomoedas dos russos
Validação ou mineração POW, um vilão necessário?
Esse processo de validação, conhecido como “mineração dos blocos”, está sob crescente atenção de investidores sustentáveis e ESG (também conhecidos como ambientais, sociais e de governança), devido aos altos níveis de energia e níveis resultantes de gases de efeito estufa que são usados.
O método de validação PoW emprega um mecanismo de consenso que exige que os computadores resolvam problemas matemáticos complexos que podem exigir uma quantidade intensa de energia e eletricidade do computador:
Consumo estimado de energia por transação de criptomoeda, em KWh. (Gráfico via ImpactPHL)
Por exemplo, estima-se que o consumo anual de energia elétrica, utilizado na validação criptográfica e/ou mineração do Bitcoin seja equivalente ao gasto total da Tailândia.
Validação ou mineração PoS, solução ou enxugar gelo?
O PoS, menos usado, introduzido em 2012, reduz a quantidade de energia necessária para verificar as transações, porque o número de transações que cada pessoa pode verificar é limitado pela quantidade de criptomoedas que elas estão dispostas a apostar ou travar temporariamente, em um cofre digital.
Proof of stake envolve a seleção de validadores com base na quantia de criptomoedas que possuem em seu nó. Os próprios validadores podem fazer o staking dessas criptomoedas ou outros usuários podem delegar os ativos ao nó dos validadores.
O avanço da tecnologia para o bem, não pode ser ignorado. Disso se trata ESG.
Novas técnicas de validação consomem muito menos energia e/ou dependem de fontes de energia renováveis. Por exemplo, Chia se descreve como dinheiro verde para um mundo digital e usa um novo algoritmo de consenso conhecido como Prova de Espaço.
Outro exemplo é a Nano, uma rede de moeda digital que evita as práticas tradicionais de mineração, em favor de uma solução mais ecológica, conhecida como Votação Representativa Aberta.
- Veja também: Exchanges sul-coreanas bloqueiam todos os IPs russos
Burocracias, como em tudo, inclusive no ESG.
No final, a falta de transparência e dados torna extremamente difícil apontar para qualquer moeda ser mais verde do que outras. Por esse motivo, a recém-anunciada formação do Crypto Climate Accord é um desenvolvimento bem-vindo para investidores sustentáveis e outras partes interessadas.
O Acordo representa um esforço colaborativo do setor privado para descarbonizar a indústria de cripto e blockchain com o objetivo final de atingir emissões líquidas zero, do consumo de eletricidade associado a todas as suas respectivas operações relacionadas a cripto, até 2030.
Mas ESG não se trata APENAS do fator ambiental
Os investidores em criptomoedas devem estar cientes dos possíveis riscos e oportunidades sociais e de governança provenientes de criptomoedas (por exemplo, avaliação, gerenciamento de riscos, ransomware, fraude, abusos de direitos humanos etc.).
De acordo com uma pesquisa publicada recentemente pela MSCI, existem pelo menos 52 empresas públicas que têm exposição a criptomoedas.
Considerações finais sobre ESG
Os investidores atraídos pela criptomoeda devem ter em mente que é um investimento novo e altamente especulativo, com histórico limitado. Para investidores sustentáveis, as opções e considerações incluem a defesa de melhores divulgações, transparência e uma mudança para fontes de energia renováveis, considerando criptomoedas com menor consumo de energia e/ou compensação de emissões por meio da compra de créditos de carbono.
Fontes de pesquisa: Crypto Climate Accord, ImpactPHL e Technical
Escritor, Compositor e Poeta, não necessariamente nesta ordem. Fissurado em Sci-fi e SteamPunk. Estudando e conhecendo as fascinantes redes Blockchain.