ETFs de Bitcoin e Ethereum: Lançamento, desempenho e diferenças

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Nos últimos meses, a batalha entre os ETFs de Bitcoin e Ethereum ganhou destaque, revelando diferenças marcantes no comportamento do mercado em relação às duas maiores criptomoedas. Desde seus lançamentos, esses fundos têm atraído diferentes níveis de interesse, destacando uma disparidade significativa na demanda e na performance de preços.

O lançamento dos ETFs: BTC vs ETH

O ano de 2024 será lembrado como um marco para a regulamentação das criptomoedas nos EUA, com o lançamento dos ETFs de Bitcoin e Ethereum. Após anos de rejeições, os ETFs de Bitcoin finalmente estrearam em janeiro, recebendo uma forte validação do mercado e dos reguladores. Onze fundos baseados no Bitcoin foram lançados, tornando-o o pioneiro no espaço dos ETFs cripto.

Poucos meses depois, em julho, os ETFs de Ethereum também chegaram ao mercado, mas o cenário foi bem diferente. Sete ETFs baseados no Ethereum foram aprovados, mas enfrentaram obstáculos adicionais e, mais importante, uma recepção morna por parte dos investidores.

Fluxo de Capital: Bitcoin atraindo, Ethereum perdendo

As diferenças entre os ETFs de Bitcoin e Ethereum ficam claras quando analisamos os fluxos de capital nos primeiros 79 dias de negociação. Enquanto o Bitcoin teve um desempenho notável, atraindo mais de $29 bilhões em fluxos líquidos, o Ethereum sofreu com saídas líquidas de mais de $4 bilhões no mesmo período.

Isso evidencia uma maior confiança e demanda por produtos relacionados ao Bitcoin. De acordo com dados da CryptoQuant, o entusiasmo inicial com os ETFs de Ethereum parece ter desaparecido, enquanto o Bitcoin continua a atrair investidores em grande escala.

Desempenho de preço: Bitcoin ganha, Ethereum perde

O contraste entre as duas criptomoedas não é apenas visível nos fluxos de capital, mas também nos preços. Quando os ETFs de Ethereum foram lançados em 23 de julho, o preço da criptomoeda estava em torno de $3.500. Contudo, desde então, o Ethereum perdeu aproximadamente 32% de seu valor, caindo para menos de $2.400.

Em comparação, o Bitcoin, que estava sendo negociado a cerca de $47.000 no lançamento de seus ETFs em janeiro, passou por uma volatilidade considerável, mas subiu para um novo recorde de $73.800 em apenas dois meses. Mesmo após algumas correções, o Bitcoin ainda mantinha uma alta de 28% ao final dos primeiros 79 dias, fechando em torno de $60.000.

O que explica a diferença?

Diversos fatores podem explicar essa disparidade. O Bitcoin, como a primeira criptomoeda e a mais amplamente reconhecida, tem uma posição consolidada como reserva de valor digital, atraindo um perfil de investidor mais conservador e institucional. Além disso, o mercado estava esperando há mais de uma década pela aprovação dos ETFs de Bitcoin, o que gerou um enorme interesse reprimido.

Por outro lado, o Ethereum, apesar de sua importância no espaço das finanças descentralizadas (DeFi) e contratos inteligentes, ainda enfrenta desafios para atrair o mesmo nível de confiança institucional. A falta de uma narrativa tão consolidada como a do Bitcoin pode ter contribuído para a demanda mais fraca.

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Foto de Marcelo Roncate O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.