Ethereum perto de US$ 5 mil enfrenta alavancagem recorde e risco de correção

Apesar de fundamentos em alta e forte demanda institucional no Ethereum, analistas alertam que excesso de posições na Binance pode gerar liquidações bruscas

O Ethereum vive um momento histórico, mas também delicado. O ativo rompeu a máxima registrada em 2021 e chegou a quase US$ 4.950, acumulando valorização de 200% desde abril. Porém, junto ao rali, cresce a preocupação com o nível de alavancagem no mercado de derivativos da Binance, que atingiu recordes e pode desencadear correções violentas.

O Índice de Alavancagem Estimada (ELR) da corretora saltou para 0,53, frente a 0,09 em 2020, em meio a um interesse aberto (open interest) de US$ 12,6 bilhões em contratos futuros de ETH. Segundo a CryptoQuant, tamanha concentração de risco costuma resultar em liquidações em massa quando há movimentos contrários, pressionando o preço a curto prazo.

De fato, a volatilidade já se manifesta: logo após tocar a nova máxima, o ETH caiu mais de US$ 550 em um dia, derrubando US$ 110 milhões em posições longas. Ainda assim, o interesse de investidores institucionais e de grandes baleias dá sustentação à tendência. ETFs de Ethereum nos EUA registraram entradas de 16,9 mil ETH apenas nesta semana, revertendo a sequência de saídas da semana anterior. Além disso, empresas como a BitMine Immersion Technologies passaram a acumular grandes posições, chegando a deter quase 1,7 milhão de ETH avaliados em mais de US$ 8 bilhões.

No campo fundamental, a rede mostra sinais de crescimento sólido. Hoje, cerca de 75% das receitas vêm de taxas prioritárias e atividade de MEV, indicando alta demanda por espaço em blocos. A oferta de stablecoins no Ethereum atingiu US$ 156 bilhões, aumento de 14% desde julho, enquanto o volume de transferências diárias na camada 1 gira em torno de US$ 6 bilhões. Já nas soluções de segunda camada (L2), a movimentação está próxima de recordes, com destaque para a Base, que concentra quase metade das transações do setor.

No momento, o ETH negocia a US$ 4.445, em queda de 5,5% nas últimas 24 horas, mas ainda acumula alta de 18% no mês e 62% no comparativo anual. Apesar das oscilações, analistas consideram que a correção pode ser apenas um ajuste saudável dentro de um ciclo estrutural de expansão.

O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.