Exchange não é carteira: conheça outros modos para armazenar suas criptomoedas

Não guarde suas criptomoedas em exchanges

Plataformas de troca não são carteiras. Não é aconselhável deixar suas criptomoedas em uma exchange, pois estas sempre estão suscetíveis a hacks ou outras eventualidades.

Imagine o que pensaram os usuários que guardavam fundos na Coincheck, após o hack que resultou no roubo de US$530 milhões em tokens NEM; Imagine o que pensaram os usuários da Mt. Gox, após o roubo bilionário dos Bitcoins da plataforma; ou os usuários da Cryptopia, que foi roubada duas vezes; ou os usuários da QuadrigaCX, cujo CEO faleceu e levou consigo as chaves privadas das carteiras que guardavam os fundos de todos que lá operavam.

O que não faltam são motivos para que os mais sábios aconselhem os usuários a não manterem fundos em exchanges, utilizando as plataformas como carteiras.

Pensando nisso, a seguir informaremos os modos mais práticos e seguros para que você não corra riscos.

Hardware wallets

Uma hardware wallet, ou uma carteira em hardware, é um dispositivo onde o usuário de criptomoedas deposita suas posses. O mercado conta com grandes fabricantes, como a francesa Ledger, conhecida pelo seu modelo Nano S, a Trezor e sua Model T, dentre outras.

O objetivo é deixar suas criptomoedas fora da rede, ou seja, se elas não estão conectadas à internet, nenhum hacker pode roubá-las. Tal tipo de armazenagem é chamado de “armazenamento frio” (ou cold wallet). As criptomoedas que podem ser armazenadas em uma hardware wallet dependem da compatibilidade dela com a blockchain da sua cripto de escolha. Portanto, veja se a carteira tem suporte para aquela cripto pouco conhecida que você mantém hold ferrenho.

Claro, isso não prevenirá perigos físicos, caso você seja uma baleia do Bitcoin e um grupo criminoso descubra isso. Contudo, considerando que você está lendo um artigo básico sobre segurança e criptomoedas, partiremos do pressuposto que você não se encaixa na nessa descrição.

O dispositivo funciona como outro qualquer: o firmware (o sistema no qual o aparelho se baseia, de forma básica) precisa ser atualizado, você precisa ter os cuidados usuais tidos com aparelhos eletrônicos e é muito importante ressaltar que os usuários não esqueçam seus PINs.

Geralmente, carteiras como a Nano S utilizam o seguinte sistema: o usuário deve inserir um código PIN (semelhante aos números utilizados para desbloquear um celular, caso ele não tenha biometria) toda vez que ligar o dispositivo. Quando o dispositivo é utilizado pela primeira vez, uma frase de 20 palavras, como é o caso da Nano S, é informada. É importante que o usuário anote todas essas informações e guarde em um local seguro – de preferência escrito, guardar em um email derrota todo o propósito do dispositivo.

Webitcoin: Exchange não é carteira: conheça outros modos para armazenar suas criptomoedas
Ledger Nano S

Além das hardware wallets como esta da imagem acima, existem outros tipos destas carteiras. Uma carteira nativa de um celular, por exemplo, é considerada uma carteira em hardware. O novo smartphone da Samsung, Galaxy S10, terá uma carteira de criptomoedas nativa, com suporte inicial para Bitcoin e Ethereum. O armazenamento em smartphone inclusive já foi elogiado pela própria Samsung que, por meio de um estudo da sua companhia Samsung Insights, relatou que o dispositivo mais seguro para executar uma carteira de criptomoedas é um smartphone, devido à presença de um “Ambiente Confiável para Execução” (ou Trusted Execution Environment, TEE).

Ou seja, é um ambiente separado e considerado seguro. Além das carteiras em smartphones, existem as paper wallets: carteiras de “papel” que contêm um código QR. O problema desse tipo de carteira é que, caso você perca o pedaço de papel, todas as suas posses também estarão perdidas. Em termos de hardware wallet, estes são os meios mais famosos.

Hot wallets

Uma hot wallet, que se baseia no pilar de armazenamento quente, é uma carteira fora de uma exchange, mas que não está fora da rede. Um bom exemplo é a Blockchain.info, respeitada carteira online onde usuários depositam suas posses.

Além dela, outros nomes famosos são a MyEtherWallet e Coinomi. Por estarem conectadas à rede, tais carteiras estão suscetíveis a hacks ou tentativas de phishing – quando agentes maliciosos criam um endereço muito parecido com o da carteira e coletam as informações dos usuários, posteriormente sacando os fundos de suas carteiras.

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Página de criação de carteira da Blockchain.info

Contudo, são gratuitas, e as ocorrências de brechas de segurança são escassas. Para quem não quer ou não pode investir em um dispositivo para armazenar suas criptomoedas, as carteiras aqui listadas são excelentes opções.

Por fim, a fácil utilização de todas elas torna tudo ainda mais simples. No filme “Amizade Desfeita 2: Dark Web”, o protagonista cria uma carteira em menos de um minuto, o que também ocorre na vida real.

Agora com estas simples e seguras formas armazenamento, espera-se que os desbravadores do mundo cripto não percam seus fundos em hacks de plataformas de troca. O propósito da revolução das criptomoedas é que cada pessoa seja seu banco – desta forma, aplique este conceito e não deixe mais seus fundos em exchanges.