Exchanges ganham milhões apenas listando moedas

Ser dono de uma exchange é um negócio lucrativo. A Coinbase obteve mais de US$1 bilhão no ano passado, e a Binance está no caminho para gerar US$850 milhões anualmente. Embora o grosso destes lucros venha das taxas de troca, esta não é a única forma de ganho: as exchanges também estão ganhando milhões através das taxas que desenvolvedores de ICOs e altcoins devem pagar para que seus tokens sejam listados.

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Exchanges estão bem de vida

A maioria das exchanges não publica suas taxas de listagem, embora seja de conhecimento público que as mesmas estejam na casa das centenas de milhares de dólares, podendo chegar a milhões em alguns casos. Quanto maior a exchange, maior o valor a ser pago para adentrar sua fonte de liquidez e ter acesso à sua manada de usuários já existentes.

O Business Insider fez uma reportagem sobre fundadores de ICO, onde os mesmos alegam que as exchanges cobraram entre US$50000 a US$1 milhão para listar seus tokens. O CEO da Binance, Changpeng Zhao, questionou estes números, além de defender o valor das taxas de listagem, tweetando:

“Muitos bancos de investimento cobram 7% para inscrever uma IPO”, comparando com o mercado financeiro tradicional.

As exchanges não são as únicas a cobrar pesadas taxas de listagem: o mesmo ocorre com grandes carteiras móveis. O desenvolvedor de uma altcoin disse ao site news.Bitcoin.com que uma carteira móvel popular cobrou a taxa de US$3,5 milhões para que sua altcoin fosse integrada. Ele e sua equipe recusaram a oferta. Exchanges como Bittrex e Bitfinex afirmaram não cobrar uma taxa de listagem, embora algumas pessoas tenham duvidado desta afirmação.

Com as exchanges requerendo que as ICOs assinem acordos de não divulgação altamente restritivos antes mesmo que uma listagem de token seja discutida, é difícil precisar as quantias requeridas em forma de taxas de listagem.

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Cryptocurrency Exchanges Are Making Millions from Listing Fees

Licença para imprimir dinheiro

Rumores apontam que o custo de listagem da Binance é de US$1 milhão, sendo a única exceção a “moeda do mês” da comunidade, que é escolhida através de uma votação feita pelos usuários da plataforma. Uma fonte disse que a taxa de listagem da Binance está perto dos US$350 mil, contudo, não sabendo se este é um pagamento único ou uma taxa anual.

Para muitas altcoins e ICOs, o preço do ingresso para se juntar à “liga de alta liquidez” é muito alto, limitando estes projetos à exchanges menores, como Gate.io e Tradesatoshi. Romano, desenvolvedor da Viacoin, não confirmou o montante pago para que a VIA fosse listada na Binance. Contudo, ele afirmou que, se não fosse por uma carreira bem sucedida no ramo das negociações de criptomoedas, ele não teria sido capaz de pagar a taxa requerida pela exchange.

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Mesmo com todas as suas associações referentes ao conceito de descentralização, as criptomoedas ainda são muito dependentes de plataformas centralizadas. Assegurar apoio de grandes exchanges, bem como de grandes carteiras (sejam elas de hardware ou software), não é essencial. Entretanto, sem a adoção destas plataformas, as altcoins enfrentam o risco de se tornarem marginalizadas e inacessíveis às massas.

É um dos muitos paradoxos existentes dentro da esfera das criptos: para que as criptomoedas atinjam o mainstream, é necessário estar em plataformas do mainstream. Exchanges como Binance e Coinbase são como os Facebooks do universo cripto; monopólios virtuais com o poder de fazer com que projetos cresçam ou desapareçam.

Fonte: Bitcoin.com

Edição: WeBitcoin