A fascinante história dos altos e baixos do Bitcoin
Um dos memes mais populares do subreddit r/bitcoin, indiscutivelmente a maior concentração de entusiastas de Bitcoin da internet, consiste em uma tirinha de uma moeda em uma montanha russa, com suas mãos balançando no ar.
Nos dias em que o valor do Bitcoin está nas alturas, o meme mostra a montanha russa subindo e, nos dias em que o valor do Bitcoin está em queda, a moeda está em uma queda quase vertical. Essa piada foi feita durante quase todos movimentos significativos que o valor do Bitcoin fez nos últimos anos.
Bitcoin está alternando seu valor entre altos e baixos perpetuamente em relação às moedas fiat, não sendo surpreendente a recente queda de 70%, tampouco foi ela a pior já vista na história da criptomoeda.
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Até mesmo durante a mais dura das quedas, traders experientes permanecem inabalados, pois eles já passaram por isso antes. Aguentar um período de correção é quase um ritual de passagem para investidores do mundo das criptomoedas, e os veteranos do grupo já aguentaram sua cota delas ao longo dos anos.
Junho de 2011
Os primeiros dias do Bitcoin foram seu “Velho Oeste” — uma época onde poucas exchanges tornaram possíveis as trocas, e onde apenas os mais bravos ousaram adentrar. Tais condições eram tudo, menos carentes de liquidez e, quando o valor da moeda começou a aumentar para $0,95, a subida e subsequente queda foram algumas das mais íngremes já vistas.
Em meados de junho de 2011, o valor do Bitcoin atingiu a alta de US$32 por moeda, antes de tropeçar em direção a US$2 em novembro. Com um declínio de 94%, essa queda foi um recorde, e ainda representa uma lembrança dolorosa para antigos investidores.
Contudo, aqueles que se mantiveram firmes estão agora contando sua sorte (e seus bolos de notas). Olhando para trás, esta marca alta de dois dígitos pode parecer pequena vista de agora, mas, muitos se lembram que, nesta época, havia apenas uma fração do interesse e volume vivenciados hoje. Bitcoin ainda era um “experimento” desconhecido, e não haviam indicações de como seria seu futuro. Consequentemente, US$32 pareceu um bom momento para lucrar, especialmente após o pico experienciado, apesar de alguns traders se darem por vencidos com a queda posterior.
Janeiro de 2012
A segunda queda significativa veio apenas meses após o Bitcoin se fixar em US$2. Apesar do valor ter dobrado em comparação às baixas do final de 2011, o mercado ainda tinha medo, após testemunhar uma queda de US$32 para US$2 recentemente.
Começando o ano com um valor otimista de US$4,50, este cresceu durante o mês de janeiro até a marca de US$7. Contudo, aqueles que compram em dip deveriam anotar esta lição, que exemplifica um fato importante: não é garantido que o Bitcoin atingirá novamente sua maior marca antes de passar por uma nova correção. Estando em torno de US$7,40, seu valor sofreu um declínio chocante de 49%, chegando a US$3,80 ao fim de janeiro, derrubando alguns investidores que tinham se mantido firmes durante a catástrofe de novembro.
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Abril de 2013
O período que compreende o início de 2012 até 2013 correu sem surpresas. O valor do Bitcoin se estabilizou e abriu 2013 na casa dos US$13, posteriormente atingindo US$17. O início de 2013 foi um período de alta para a criptomoeda, eis que a mesma superou sua marca mais alta de US$32, chegando a US$49, antes que uma correção de um dia a trouxesse de volta a US$33.
Novas exchanges e traders, além de uma cobertura maior por parte da mídia, auxiliaram na rápida recuperação do Bitcoin, que iniciou uma escalada frenética até o mês de abril, finalizando em US$260, entrando com o pé direito na marca de três dígitos.
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Um incidente ocorrido na exchange mais popular à época, Mt. Gox, foi tido como responsável por impulsionar uma queda. O que antes era um período lucrativo, tornou-se um período de queda livre até os US$40, uma perda de 83%.
Novembro de 2013
Conhecida como uma das maiores quedas da história do Bitcoin, não surpreende que o infame declínio de 87% tenha ocorrido em novembro de 2013. Conforme o último surto até os $20000 indicou, o valor do Bitcoin tende a aumentar drasticamente durante o final do ano. Como muitos previram, o período de novembro até janeiro de 2014 é praticamente uma réplica dos últimos quatro meses, com uma grande entrada de novos traders e a atenção da mídia auxiliando o Bitcoin a atingir marcas inimagináveis.
Ao final de 2013, seu valor estava próximo dos US$1200—um valor psicologicamente significativo, que auxiliou a queda subsequente a perdurar por anos. Com um total de 411 dias em correção, auxiliada em parte pela épica implosão da Mt. Gox e consequente perda de US$500 milhões, a baixa posterior a novembro fez com o que o valor da criptomoeda em questão iniciasse janeiro de 2015 a US$150.
Novembro de 2017
Cinco anos após a estreia do Bitcoin nos valores de quatro dígitos, a rainha das criptomoedas decolou até a marca de cinco dígitos, chegando a US$10000. Isso não foi suficiente, e ela continuou subindo até os US$20000, antes de perder o fôlego. Os dois anos anteriores à esta ascensão representaram a melhor oportunidade de compra e, até mesmo aqueles que compraram a moeda no início do ano ao valor de US$750, lucraram de forma significativa.
Em dezembro, uma pequena correção para os US$14000 não foi suficiente para deter o impulso, que jogou os valores rapidamente de volta aos US$17000, antes da queda. Receios quanto à sustentabilidade do Bitcoin, especialmente com a amálgama de soluções alternativas impressionantes sendo lançadas, tornaram o selloff extremo.
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O amplo apoio à moeda surgiu na marca dos US$5900 — o nível apresentando no período que compreende o meio até o fim de 2017, quando a criptomoeda começou a exibir potencial para uma ascensão exponencial. Uma queda de 70% poderia ir mais longe, se as experiências de 2013 serviram para alguma coisa, mas os mercados estavam otimistas para 2018.
Olhando adiante
Esta longa história de repetidas ascensões e quedas é, pelo menos, um sinal otimista. Uma vez que o Bitcoin chegou às manchetes, ele nunca mais as deixou, e sua popularidade está agindo como uma bola de neve para atrair investidores e atenção da mídia, sustentando sua relevância.
Em meio a pressões regulatórias, dificuldades técnicas e muitas outras correções além das que foram destacadas acima, a moeda se manteve como o bastião da revolução blockchain.
Contudo, o destino do Bitcoin vai além do que seus entusiastas acreditam, com as dificuldades ocorridas após 2013 demonstrando que o caminho para o topo nem sempre é traçado em linha reta.
Com as “baleias” criando ondas sempre que lhes é conveniente, miners buscando outras formas de lucrar, e com os novos mercados de futuros, a perspectiva do Bitcoin é tudo, menos transparente.
Fonte: The Cointelegraph
Edição: Webitcoin