Federação Brasileira de Bancos, Febraban, revela testes com blockchain

A Febraban, ou Federação Brasileira de Bancos, que conta com mais de 120 bancos associados, está explorando e pesquisando ativamente a tecnologia blockchain.

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A Federação publicou testes que foram realizados em diferentes plataformas, como a Corda, desenvolvida pelo consórcio bancário global R3. Recentemente, ela anunciou a adição de outro evento, o CIAB Febraban, cujos trabalhos se iniciarão em junho de 2018 e focarão em inteligência artificial, machine learningblockchain, internet das coisas e como essas mudanças podem rapidamente criar ou destruir um negócio.

Desde 2016 a Federação explora o potencial do blockchain, criando um grupo de trabalho no mesmo ano. O grupo é composto por membros do Comitê Executivo de Tecnologia e Automação Bancária – Banco do Brasil, Bancoob, Banrisul, Bradesco, BTG Pactual, Caixa, Citibank, Itaú Unibanco, JP Morgan, Safra, Santander, Banco Central, CIP e B3, uma nova companhia resultante da fusão entre BM & FBOVESPA, e Cetip. Ano passado, a Febraban também organizou o primeiro evento do país focado em blockchain, falando sobre o uso da tecnologia. Foi anunciado que o blockchain, aliado com inteligência artificial, é o foco da instituição.

Segundo uma pesquisa conduzida pela Federação no ano passado, 65% dos executivos da indústria brasileira disseram que suas companhias estudam a implementação de blockchain, e 29% deles já avaliam computações analíticas e cognitivas ou experiências com IA.

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Brazil banks

Proof-of-Concept

Segundo a Federação, a primeira proof of concept, chamada Fingerprint, utilizou a plataforma Corda e envolveu os bancos Itaú, Bradesco e B3. O teste, realizado no laboratório nuvem da R3, criou uma base de dados com informações fictícias como nome, CPF, RG, idade, endereço e telefone, para serem armazenados. O resultado provou a habilidade dos bancos operarem de forma colaborativa, com a garantia da imutabilidade dos dados compartilhados, preservação da privacidade e rastreabilidade das informações.

A segunda proof of concept (DNA) foi realizada utilizando a Hyperledger Fabric, apoiada pela IBM, desta vez com a participação de todas as instituições do Grupo de Trabalho da Febraban. Os testes tornaram possível avaliar a atual capacidade das plataformas, as diferenças entre elas e os aspectos relacionados ao desenvolvimento. O próximo passo é realizar uma aplicação piloto, que está em processo de ser lançada e terá início logo após a DNA.

Além disso, segundo a Febraban, o Bradesco avalia o uso destas plataformas em processos internos e como soluções para startups do programa InovaBRA. Uma das proofs-of-concept está relacionada com garantias de operações financeiras, como a criação de uma aplicação que se comunique com todos os membros da cadeia – por exemplo, outros bancos particulares.

A Febraban revelou que o Banco Central está utilizando a plataforma Ethereum para apoiar o Sistema de Transferência de Reservas (STR), um dos componentes do Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB). A solução será implementada no momento em que uma das plataformas existentes apresente alguma falha, acrescentou a associação.

“Os regionais podem funcionar através de um sistema de transferência alternativo, utilizando tecnologia de registros distribuídos,” explicou Aristides Cavalcante, Chefe Adjunto do Departamento de TI do Banco Central.

A associação também revelou que está trabalhando com startups, dentre elas a e-Wally, um portfólio digital que tem testado blockchain na comunidade de Paraisópolis, uma cidade com uma das menores rendas de São Paulo. A solução permite operações sem custo, como depósito, transferência e pagamento de contas, e permite que qualquer usuário receba um comprovante, dado após cada transação, segundo o site da startup. Todas as transações bancárias são encriptadas por blockchain e permitem manejo e audição distribuídos.

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Fonte: CCN