FMI: rápido crescimento do Bitcoin impactará o sistema financeiro global
FMI preocupado com a rápida expansão do Bitcoin e demais criptos
O Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou em um relatório recentemente publicado que o rápido crescimento do Bitcoin e demais criptos pode impactar o sistema financeiro internacional.
O relatório, intitulado “Panorama Econômico Mundial: Desafios para um crescimento estável”, esclarece:
“Brechas de segurança e ciber ataques a infraestruturas financeiras críticas representam uma fonte de risco adicional, pois eles podem minar os sistemas de pagamento internacionais e comprometer o fluxo de bens e serviços. O rápido crescimento contínuo de cripto ativos pode criar novas vulnerabilidades ao sistema financeiro internacional.”
Rápido crescimento, melhoria nas regulamentações, reconhecimento de agências governamentais
Apesar do declínio de 80% na valorização do cripto mercado, a indústria passou por alguns desenvolvimentos positivos em relação à institucionalização, regulamentação e desenvolvimento de criptomoedas como uma classe de ativo emergente nos últimos nove meses.
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Guiadas por companhias existentes como Coinbase e Gemini, grandes instituições financeiras como NYSE, Cboe e Goldman Sachs começaram a fortalecer a infraestrutura do mercado das criptomoedas, permitindo que grandes investidores e investidores institucionais aloquem grandes quantidades de dinheiro nesta classe de ativo.
Conforme o setor de criptomoedas continua crescendo a níveis exponenciais, o FMI enfatizou que esta movimentação pode criar vulnerabilidades no sistema financeiro. Tendo em vista que as criptomoedas são consideradas moedas alternativas com valor, um crescente número de hackers começou a mirar em plataformas de troca de ativos digitais com ferramentas sofisticadas e métodos de hack.
“Roubar criptomoedas é semelhante a roubar dinheiro, e as exchanges continuarão a atacar com hacks a longo prazo. É importante estabelecer sistemas para lidar com as consequências de hacks, além de integrar diversos métodos para prevenir que eles aconteçam,” afirmou Jeon Ha-jin, diretor da South Korea Blockchain Association.
Na Coreia do Sul, terceiro maior mercado de criptomoedas, atrás apenas de Estados Unidos e Japão, exchanges começaram a garantir seus fundos através de seguradoras, como a Samsung, a fim de acrescentar uma camada adicional de segurança e proteção aos investidores.
Gemini, uma grande exchange de criptomoedas dos Estados Unidos, recentemente passou a assegurar seus serviços por meio da Aon. Desta forma, em caso de uma brecha de segurança, a exchange poderá cobrir os fundos dos usuários completamente.
“Consumidores estão buscando os mesmos níveis de proteção ao qual estão acostumados, fornecidos pelas instituições financeiras tradicionais. Educar as seguradoras não apenas permite que forneçamos proteções aos clientes, como também cria a expectativa para a proteção dos consumidores em toda a cripto indústria,” afirmou Yusuf Hussain, chefe do setor de risco da Gemini.
A indústria das criptomoedas e a infraestrutura empregada pelas exchanges são relativamente novas, e fundamentalmente diferentes das tecnologias implementadas pelo setor tradicional das finanças. Desta forma, é apropriado que o FMI e agências governamentais descrevam o rápido crescimento da classe de ativo como um risco às finanças globais.
Contudo, esforços contínuos para fortalecer a infraestrutura do mercado de criptomoedas e a proteção ao consumidor reduzirão o risco que as criptomoedas representam à indústria financeira global.
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Especialistas otimistas
Emin Gun Sirer, um professor da Universidade de Cornell e especialista da esfera das criptomoedas e blockchain, declarou que o reconhecimento das criptomoedas como classe de ativos pelo FMI é algo otimista para a indústria.
Fonte: CCN