Bloomberg: G7 discutirá ataques hackers em cripto e enfrentará questão da Coreia do Norte

Líderes do G7 devem abordar os ataques hackers da Coreia do Norte no setor de criptoativos, que supostamente ajudaram a financiar seus programas de armas ao longo dos anos.
Líderes dos países do Grupo dos Sete (G7) planejam discutir como os inúmeros ataques cibernéticos e atividades maliciosas da Coreia do Norte no setor de criptomoedas poderão ser enfrentados e mitigados, segundo uma reportagem inicial da Bloomberg, que cita fontes com conhecimento dos planos da cúpula.
As discussões devem se concentrar nas crescentes preocupações geopolíticas e nas tensões comerciais entre os EUA e os demais membros do G7.
As ações da Coreia do Norte têm sido consideradas alarmantes, com investigações revelando que fundos roubados — em sua maioria oriundos da indústria cripto — foram usados para apoiar o desenvolvimento de armas de destruição em massa pelo regime.
A cúpula, que será sediada pelo primeiro-ministro canadense Mark Carney em Kananaskis, Alberta, acontecerá de 15 a 17 de junho e reunirá os líderes das sete economias mais avançadas do mundo.
Os países membros do G7 incluem França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, Estados Unidos e, neste ano, o anfitrião Canadá.
Manual de ataques cibernéticos em cripto
A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) desenvolveu uma operação cibernética rigorosa nos últimos anos, frequentemente utilizando meios sofisticados para atacar e apreender ativos digitais de protocolos vulneráveis.
Seus ataques ganharam notoriedade pelo uso de táticas cada vez mais complexas, resultando em grandes perdas — incluindo o roubo de US$ 622 milhões da Axie Infinity e os US$ 230 milhões furtados da WazirX.
As discussões acontecem em meio ao aprofundamento das relações da Coreia do Norte com a Rússia nos últimos anos, incluindo o envio de ajuda militar à ex-União Soviética durante a invasão em andamento à Ucrânia.
Esses laços aumentam as ameaças “ao compartilharem ferramentas e conhecimentos, o que complica os esforços de atribuição e resposta”, disse Luis Lubeck, gerente de projeto da empresa de cibersegurança Hacken, ao Decrypt em dezembro do ano passado.
Além do já conhecido Lazarus Group, outros agentes maliciosos também atuam nos bastidores, segundo uma análise da estrutura operacional do regime feita por Samczsun, especialista em segurança blockchain da empresa de investimentos Paradigm.
Em fevereiro, a exchange de criptomoedas Bybit sofreu o maior ataque do setor até o momento, com prejuízos de US$ 1,4 bilhão. O grupo Lazarus da Coreia do Norte foi apontado como o responsável por empresas de cibersegurança e mais tarde confirmado por autoridades federais.
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