GenBit: site fora do ar, acusação de estelionato e criptomoeda fictícia

Site da GenBit sai do ar e empresa diz que não tem dinheiro para pagar fornecedores

Além de amplos relatos de saques em atrasos, dessa vez a GenBit ainda teve um novo problema, o site da empresa está fora do ar desde o dia 15 de janeiro.

O site fora do ar gerou desconforto e preocupação entre seus usuários, sem poder ser acessado e sem previsão de retorno o pânico começa a se espalhar.

No final do ano passado, o Ministério Público Federal abriu uma ação pública contra a empresa. Embora a ação pedisse bloqueio de R$ 1 bilhão em bens da empresa. A Justiça pediu mais tempo e provas sobre o caso para decidir se acata ou não o pedido.

Clientes relatam em redes sociais e no Reclame Aqui (já constam 366 reclamações contra a empresa), sobre a falta de pagamento e o bloqueio nos saques da empresa.

Confira a baixo a nota da empresa:

“Estamos com esse problema, pois no atual momento, os valores disponíveis nas contas bancárias das pessoas jurídicas e das pessoas físicas dos sócios da empresa foram bloqueados pela justiça, impossibilitando assim, o pagamento a alguns fornecedores.”

Ainda assim a empresa diz que está trabalhando para reverter a situação e diz que segue firme com os planos de sua própria criptomoeda.

“Criptomoeda fictícia”

A GenBit faz parte de um grupo que possui sua própria moeda, a TPK, moeda supostamente lastreada no dólar norte-americano.

A TPK é um moeda sem valor de mercado, e aqui temos outro problema, se não bastasse os pagamentos em atraso, agora os usuários da GenBit deixaram de possuir seu saldo em Bitcoin e passaram a ter em TPK.

No final do mês de outubro a GenBit, unilateralmente, mudou suas estratégias de pagamentos informando a quitação do contrato firmado entre as partes, pela transformação do produto bitcoin para token TPK.

O TPK ainda depende da procura de mercado para que seja liquidado. Se ninguém procurar a moeda digital pode ser que clientes fiquem com saldo sem utilidade.

Segundo denúncia apresentada  na Justiça, a GenBit está sendo acusada de estelionato

Uma investidora da GenBit, Gilmara Carcetti dos Santos de 53 anos, acusa a empresa de praticar crime de estelionato. A usuária diz que foi atraída pela promessa da empresa de lucros mensais feitos com bitcoins.

Segundo relatos da mesma, a empresa pagou somente por um mês. A GenBit prometia ganhos fixos de 15% ao mês sobre Bitcoin.

Gilmara acreditou na empresa e aplicou, junto com seus familiares, cerca de R$ 131 mil. Planejava usar os ganhos para pagar um tratamento médico.

Mas a GenBit não cumpriu o prometido. Pagou R$ 40 mil à família de Gilmara e, há seis meses, ela não recebe mais nada. Ou seja, a família perdeu R$ 91 mil, desconsiderando a inflação.

Em entrevista dada ao UOL, Gilmara disse que sempre foi conservadora com dinheiro, mas após ser abordada por uma amiga da família que falou que era evangélica ela decidiu confiar nesse investimento.

“Em abril do ano passado, uma amiga da família foi até a minha casa e conversou com meu pai, um aposentado de 78 anos, sobre investimento em bitcoins. Escutei o papo e fiquei interessada pois nunca tinha ouvido falar de criptomoedas.

 

A amiga contou que havia investido na corretora GenBit e que a empresa estava pagando até 15% ao mês em cima do capital aportado pela pessoa, sem atrasos.

 

Achei que seria um bom negócio, pois poderia usar parte do rendimento para arcar com os R$ 2.600 do meu tratamento de saúde.

 

Apesar de achar a proposta interessante, fiquei com um pé atrás, pois já tinha ouvido falar sobre pirâmides financeiras e morria de medo de cair em uma. Por causa das minhas dúvidas, a amiga da família nos passou o telefone de alguns conhecidos dela que diziam estar lucrando com a GenBit. Liguei, e eles me puseram em contato com superintendentes da empresa em Maringá (PR).

 

Fiquei desconfiada até que fizemos uma reunião com diretores da GenBit e eles fizeram questão de salientar que eram evangélicos. Como também sou evangélica, achei que isso seria um tipo de ‘selo de qualidade’ e acreditei ainda mais na ideia. Hoje, no entanto, vejo que só usaram a religião para enganar a mim e aos outros”.

Vale ressaltar que a GenBit é acusada de ser uma pirâmide financeira e já foi proibida de atuar e operar no mercado nacional pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

 

Foto de Bruno Lugarini
Foto de Bruno Lugarini O autor:

Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.