Governo brasileiro envia questionário para exchanges do país focado em lavagem de dinheiro
O governo brasileiro enviou às maiores exchanges do país um questionário, parte de um esforço para saber mais sobre seus negócios e estudar o potencial uso de suas funcionalidades nas atividades envolvendo lavagem de dinheiro.
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Interesse do governo brasileiro em criptomoedas
Conforme relatado pelo Portal do Bitcoin, o governo enviou um questionário com 14 perguntas nas últimas duas semanas. O documento está sendo enviado em nome do Ministério das Finanças.
O documento, assinado pela procuradora Ana Paula Bez Batti, informa que as exchanges possuem cinco dias para responderem ao questionário, e que suas respostas farão parte de um dossiê privado para proteger a integridade do sistema financeiro. Embora o questionário não possa ser compartilhado por questões legais, o Portal do Bitcoin obteve uma cópia.
As 14 questões tratam sobre as operações das exchanges. Algumas delas abordam questões, por exemplo, sobre como é feita a checagem dos documentos dos clientes, os limites de trading que elas oferecem segundo seus ganhos, como elas controlam operações em suas plataformas, como identificam usuários, dentre outras.
Algumas questões pedem informações sobre as hashs de suas carteiras, além de dados dos operadores das exchanges, sob o pretexto de estarem subsidiando um estudo para combater a corrupção e a lavagem de dinheiro. A questão 13, por exemplo, pergunta:
“A Cripto-Exchange faz uso de algum sistema para evitar a negociação em sua plataforma de criptomoedas com histórico no Blockchain considerado de risco (como risco, entenda-se bitcoins ligados a roubos conhecidos, mercados ilícitos e outras atividades criminosas)?”
O veículo de notícias brasileiro alegou ter contatado três exchanges entre as dez maiores em volume de troca no país. Uma alegou ter respondido todas as perguntas do Ministério das Finanças, enquanto outra revelou que não encontrou o questionário e revisará seus canais de comunicação para encontrá-lo.
A terceira exchange contatada assertou que não responderá às indagações do governo, tendo em vista que o questionário não foi enviado como documento oficial. Conforme ressaltou o Portal do Bitcoin, muitos dos formulários online informam automaticamente aos usuários que as mensagens foram entregues aos destinatários , o que quer dizer que as exchanges não poderão negar ter recebido o documento.
A ação do Ministério das Finanças ocorre logo após uma grande plataforma de investimento de criptomoedas brasileira, a Atlas Quantum, ser hackeada. Embora a empresa alegue que os fundos dos usuários estão seguros, os dados de 264 mil deles, inclusive quantos bitcoins foram depositados na plataforma, foram vazados.
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A adoção de criptomoedas no Brasil
Em julho deste ano, Corinthians e Atlético Paranaense fecharam um acordo com a startup chinesa de criptomoedas Inoovi, a fim de utilizar o token IVI na venda de produtos e ingressos, a princípio. Além disso, um restaurante especializado em culinária italiana em Londrina, chamado La Gondola, começou a aceitar pagamentos efetuados com Bitcoin. Na mesma linha, o país conta com a Bitmilhas, plataforma através da qual é possível vender milhas aéreas e receber em Bitcoin.
Uma notícia mais recente revelou que os vendedores do Mercado Livre poderão receber o saldo de suas vendas em bitcoins.
Toda esta movimentação no cenário das criptomoedas brasileiro atraiu a atenção da grande exchange Huobi, atualmente a terceira maior plataforma de troca de criptomoedas do mundo, de acordo com o CoinMarketCap, que recentemente chegou ao mercado brasileiro.
Fonte: CCN