Governo da Venezuela aposta pesado nas criptomoedas para evitar sanções

Venezuela recorre às criptomoedas

De acordo com Ricardo Baptista, diretor da Corporação de Criptoeconomia da América Latina, o governo da Venezuela está promovendo o uso de criptomoedas para dinamizar sua economia e contrariar os efeitos negativos promovidos por “todos aqueles que colocaram bloqueios na economia venezuelana”, dizendo que as criptos são “a forma de evadir as sanções”.

Baptista também explicou que graças ao revés econômico, moedas digitais tornaram possível que a população venezuelana repense sua cultura financeira. Agora, o valor das transações digitais está crescendo.

“Nossa moeda, o bolívar, foi atingida duramente e oque procuramos na tecnologia financeira é fazer com que o bolívar tenha valor, não no papel, mas como um ativo digital.”

Em uma entrevista para o programa de rádio “A tiempo” transmitido pelo Unión Radio, o especialista latino explicou que a adoção das criptomoedas teve crescimento constante na Venezuela, em grande parte graças à proliferação de negócios online e empresas de distribuição de conteúdo.

“Moedas digitais são utilizadas para métodos de pagamento online, compra de conteúdo, e a indústria, comércio e alguns empreendedores da Venezuela se refugiaram nestas alternativas para com o Bolívar para dar refúgio a moedas digitais de valor que são legal nas plataformas do mundo.”

Petro: A Criptomoeda nascida em meio a uma guerra geopolítica

Atualmente, o povo venezuelano está lidando com grandes dificuldades para obter produtos essenciais e mercadoria básica em geral. As sanções impostas por Donald Trump, sabendo que causariam um período de anos de sofrimento para a população local, contribuíram para piorar a situação precária do país, com a população já enfrentando as consequências de lidar com um dos governos mais corruptos do mundo.

Entretanto, o governo venezuelano tentou diminuir os efeitos de tais sanções através da emissão de uma criptomoeda nativa, o Petro, que não foi oficialmente implementada como moeda até o momento, apesar de já estar sendo negociada em seis exchanges locais (visto que as plataformas licenciadas para operar nos EUA não podem listar o token).

É difícil dar um prognóstico otimista ao futuro deste token. Donald Trump já proibiu que os residentes americanos se envolvessem com o ativo, mesmo sendo uma moeda de privacidade, e ainda não foi listado em nenhuma exchange de volume substancial.

Até o momento, apenas a Bitfinex emitiu um comunicado oficial afirmando que não irá listar o token. Atualmente, a Venezuela é o terceiro país com o maior volume de negociações P2P de BTC no mundo.

Foto de Beatriz Orlandeli
Foto de Beatriz Orlandeli O autor:

Simpatizante das criptomoedas, após cursar Arquitetura e Urbanismo, reavivou um antigo gosto pela escrita e atualmente trabalha como redatora do WeBitcoin.