Governo das Ilhas Marshall planeja emissão de sua própria criptomoeda
Mais um país planeja criar sua própria criptomoeda.
A República das Ilhas Marshall pretende emitir a Sovereign, ou SOV, para suplementar o dólar americano como moeda legal.
Legisladores da nação localizada no Pacífico (cuja população em 2011 era de 53158) aprovaram o Ato de Declaração e Emissão da Moeda Sovereign 2018, no dia 26 de fevereiro.
“A proposta deste Ato é declarar e emitir uma moeda digital descentralizada baseada em blockchain, que será uma moeda legal da República das Ilhas Marshall,” consta no projeto de lei, postado no canal oficial da Sovereign no Twitter.
O projeto de lei continua descrevendo que a moeda será emitida pelo Ministério das Finanças do país, e sua introdução se dará através de uma ICO.
Hilda C. Heine, presidente do país, foi citada pela Finance Magnates:
“Este é um momento histórico para a nossa população, que finalmente emitirá e utilizará sua própria moeda, juntamente com o dólar. Este é um novo passo para manifestar nossa liberdade nacional.”
Neema, uma startup israelense que facilita transferências internacionais de dinheiro através de um aplicativo, desenvolverá a tecnologia por trás da nova criptomoeda, utilizando um protocolo chamado “Yokwe”.
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O protocolo foi designado para aplicar o know-your-customer e mitigar preocupações sobre crimes financeiros, conectando as contas a identidades verificadas pelo governo, segundo um artigo da CTech, um site israelense sobre notícias tecnológicas.
“Todos nós sonhamos com este dia, em que o primeiro país se tornaria cripto,” escreveram Barak Ben-Ezer, CEO e fundador da Neema, e Roye Rahav, outro indivíduo envolvido no projeto, em uma postagem no canal do Telegram.
Ben-Ezer e Rahav completaram:
“Quando atingirmos o sucesso, a SOV nos deixará a poucos passos de um mundo livre. Nele, o dinheiro fluirá em P2P, instantaneamente e com custo efetivo, e nenhum governante poderá arbitrariamente imprimir mais deste dinheiro.”
O governo pretende utilizar sua ICO para alavancar os cofres após o fim dos pagamentos efetuados pelos Estados Unidos, que somam US$30 milhões por ano, referentes aos reparos feitos para compensar os residentes das ilhas pela utilização da região pelo governo estadunidense como centro de testes de armas nucleares durante as décadas de 40 e 50.
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Segundo o CTech, 70% dos fundos levantados serão utilizados para compensar lacunas no orçamento, esperadas após findos os pagamentos acima mencionados. 10% serão direcionados a projetos de sustentabilidade, relacionados a mudanças climáticas e energia verde. O restante será distribuído aos residentes do país.
Contudo, a República das Ilhas Marshall não é a primeira nação a recorrer às criptomoedas para suplementar suas finanças, embora se mantenha diferente do restante.
O governo venezuelano lançou a pré-venda de sua controversa moeda, a petro, no início de fevereiro, uma jogada que os legisladores estadunidenses classificaram como uma tentativa de evadir as sanções internacionais.
Uma conferência de imprensa das Ilhas Marshall enfatizou, contudo, que a Sovereign é diferente da Petro, uma vez que o país é um aliado dos Estados Unidos, e o valor da moeda será determinado pelo mercado, enquanto o valor da Petro está vinculado à cotação do óleo.
O Irã também está explorando a emissão de uma criptomoeda estatal, enquanto a Rússia já considerou a ideia do “cripto rublo”.
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Fonte: CoinDesk
Edição: WeBitcoin