Grandes investidores acumulam Bitcoin enquanto pequenos amargam prejuízos

Enquanto investidores de curto prazo acumulam prejuízos, grandes players e possíveis movimentos dos bancos centrais dos EUA e da China apontam para um novo ciclo de alta no horizonte do Bitcoin.
Após atingir a mínima de cinco meses de US$ 74.500 em 7 de abril, o BTC passou por uma recuperação tímida, mas permanece em queda semanal superior a 7%. Apesar disso, dados da CryptoQuant revelam que grandes players estão aproveitando a baixa para comprar mais — e em silêncio. De 2023 a 2025, as baleias aumentaram suas reservas de 800 mil para mais de 3 milhões de BTC, ao passo que o valor realizado total subiu de US$ 20 bilhões para US$ 160 bilhões.
Esse movimento evidencia um comportamento estratégico: acumulação com foco no longo prazo, ignorando ruídos momentâneos. O contraste com os investidores de varejo, que continuam comprando mas em ritmo mais lento, sugere que uma fatia crescente do suprimento fixo de Bitcoin está indo parar em mãos que não pretendem vender tão cedo.
A dor dos pequenos investidores
Enquanto as baleias se fortalecem, os pequenos investidores — especialmente os de curto prazo — estão no vermelho. Cerca de 25% de todo o suprimento de BTC está agora nas mãos de holders que compraram nos últimos 155 dias e estão com prejuízos não realizados. A maioria desses investidores comprou na faixa dos US$ 98 mil, sentindo agora o impacto da correção de mais de 30% desde a máxima histórica registrada em janeiro.
Analistas como Sina, da 21st Capital, e James Check alertam que praticamente todos os holders de curto prazo estão “submersos”, em níveis de perda semelhantes aos vistos no fundo do mercado de 2024, quando o BTC chegou a US$ 52 mil.
Catalisadores globais: Fed ou PBOC?
Arthur Hayes, cofundador da BitMEX, enxerga dois possíveis gatilhos para uma nova alta do Bitcoin: o Federal Reserve, banco central dos EUA, ou o PBOC, da China. Segundo ele, caso o Fed não afrouxe sua política monetária, a desvalorização do yuan pode desencadear uma fuga de capitais da China — como já aconteceu em 2013 e 2015 —, com destino direto ao Bitcoin.
Essa tese ganhou força quando o yuan ultrapassou a marca simbólica de 7,20 por dólar, o menor nível desde 2023. O próprio PBOC parece ter relaxado o controle cambial, e analistas especulam que mais capital chinês pode buscar segurança no BTC em resposta à instabilidade.
Volatilidade segue, mas suporte se forma
Apesar da montanha-russa recente — com o BTC oscilando entre US$ 81.500 e US$ 74.000 —, um forte suporte técnico parece estar se formando na região dos US$ 69.000. Mais de 1,22 milhão de endereços acumularam cerca de 464 mil BTC nesse nível, demonstrando alta convicção de investidores que enxergam essa faixa como base para possíveis altas futuras.
A Glassnode complementa apontando clusters de custo entre US$ 74.000 e US$ 70.000, o que pode ajudar a estabilizar o mercado nos próximos dias.