Grupo Bitcoin Banco: Cláudio Oliveira diz que não pagará até 2020
Explicação foi dada em entrevista concedida à Valor Investe
Promessas e mais promessas, quase todas não cumpridas. Mais de 120 dias de atraso nos pagamentos. Exagero e excentricidade na mídia. Juntando tudo isso, o que temos no final? Se você respondeu Cláudio Oliveira, dono do Grupo Bitcoin Banco, acertou em cheio.
Em entrevista concedida à Valor Investe, Cláudio falou sobre os problemas envolvendo o GBB. O “Rei do Bitcoin” admitiu que sua empresa enfrenta problema de liquidez, ainda que tenha tentado minimizar esse fato.
A velha bengala do “nós somos vítimas de um roubo” seguiu sendo usada por ele para justificar o atraso nos pagamentos que dura mais de 4 meses.
Gera revolta o fato de Cláudio usar os atrasos como uma forma de enaltecer a si mesmo, afirmando estar “protegendo o saldo de quem não fez nada de errado”, conforme é mostrado na entrevista.
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Cláudio Oliveira diz esperar ainda pelo laudo da auditoria da EY, que segundo ele, comprovará que o Grupo Bitcoin Banco foi de fato vítima de um ataque. Envolvido em mais de 300 processos judiciais no momento, o GBB também é alvo da CVM, que já proibiu que o grupo mantivesse sua oferta de investimentos, cessando assim o depósito de Bitcoins nas exchanges do Grupo.
“O regulador explicou que se trata de um contrato coletivo de investimento (CIC) e que, portanto, precisa de registro na autarquia — ou dispensa, se for o caso — para ser comercializado, conforme determina a Lei 6.385. O grupo afirmou em nota que fará um estudo “pormenorizado” sobre o enquadramento à legislação e que, enquanto isso, cumprirá as exigências.” – explicou a Valor Investe.
Mesmo declarando possuir 25 mil Bitcoins em seu nome (que na cotação atual valem mais de 800 milhões de reais), o líder do Grupo Bitcoin Banco só espera ter a situação “normalizada” em 6 meses, ou seja, apenas em 2020. Tempo bastante longo para quem só quer receber o que é seu por direito.
Relembre o caso envolvendo o Grupo Bitcoin Banco
Buscando ressarcimentos de seus investimentos retidos junto ao Grupo, clientes das exchanges do Grupo Bitcoin Banco tem organizado manifestações mensalmente contra Cláudio e o GBB. Havia inclusive um protesto marcado para o dia 16 de setembro que, contudo, acabou não ocorrendo.
Todo o problema envolvendo a empresa teve início quando os processos de arbitragem nas exchanges integrantes do Grupo Bitcoin Banco começaram a apresentar falhas e travar os pagamentos.
Em protesto contra a situação vivida, cerca de um mês atrás, em agosto, outra manifestação havia sido convocada na sede do GBB. Promessas de pagamento foram feitas, mas muito pouco se viu na prática para resolver o problema.
As semanas seguintes foram marcadas pela suspensão dos serviços da Negocie Coins e da TemBTC, ambas pertencentes ao Bitcoin Banco, além da ordem de busca e apreensão emitida pelo juiz Victor Schmidt Figueira dos Santos, da 6ª Vara Cível de Curitiba (PR) no valor de R$ 63.759.750,22. Pouco tempo antes Claudio Oliveira teve seus bens bloqueados por ordem da justiça.