Guia do usuário de criptomoedas contra os “haters”

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Como rebater os argumentos de fósseis do mercado financeiro, como Charlie Munger (Berkshire Hathaway)? Imagem: Yahoo Finance

Argumentos rasos devem ser rebatidos com fatos.

Salve um desinformado

Desde janeiro de 2009, quando foi lançado o Bitcoin, vários “especialistas” e analistas de botequim começaram a tecer conclusões com base em nada. Vários argumentos – todos eles muito fracos, diga-se de passagem – podem ser facilmente derrubados.

Não é preciso recorrer às enormes vantagens do mundo das finanças descentralizadas (DeFi) para desferir golpes contra o frágil ego dos conservadores. Confira a lista e participe da educação coletiva:

“Bitcoin foi inventado em 2008, mas não virou moeda global”

A internet foi criada em 1969. Até o final da década de 1990, seu uso era incrivelmente restrito e grande parte dos computadores funcionava fora da rede. Para se ter uma ideia, jogos e atualizações de sistema eram comumente distribuídos por meio de disquetes, visto que poucos tinham acesso à conectividade global.

Uma invenção tão essencial atualmente só passou a ser popular décadas depois de sua criação. A falsa sensação de imediatismo que a internet trouxe, contudo, pode confundir os desavisados: implementações drásticas levam, sim, um tempo considerável. Afinal, o Bitcoin tem apenas 13 anos – cinco anos a menos que a internet levou para iniciar a popularização.

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“Criminosos gostam de criptomoedas”

Todo mundo gosta de dinheiro. Entretanto, a maioria esmagadora do tráfico internacional de drogas faz uso de ativos fiduciários para suas movimentações, a exemplo do dólar e do euro.

O motivo é simples: moeda fiduciária pode ser falsificada e suas transações podem ser realizadas de maneira totalmente anônima. Até hoje, ninguém sabe onde está todo o dinheiro escondido por Pablo Escobar, que foi um dos maiores narcotraficantes da Colômbia e, à época, o mais proeminente do mundo.

“Não dá para comprar nada com criptomoedas”

Isto está longe de ser verdade. Apesar de muitos negócios ainda não aceitarem criptomoedas como meio de pagamento oficialmente, algumas plataformas fornecem cartões de débito e de crédito que convertem automaticamente ativos digitais em moeda fiduciária.

Ou seja, você pode comprar a picanha para o churrasco usando cripto.

Além disso, o número de negócios que aceitam criptomoedas como meio de pagamento está crescendo. Sem contar, claro, o número de terminais de autoatendimento de criptomoedas.

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“Criptomoedas destroem o meio ambiente”

Os ativos digitais estão longe de ser um problema para o ecossistema. Grande parte das mineradoras de criptomoedas fazem uso de energia em excesso de usinas – energia que seria desperdiçada.

Além disso, 75% dos mineradores fazem uso de fontes renováveis de energia para não afetar a grade energética da população, segundo a Coinbase.  

Por fim, a Cambridge Electricity Consumption Index concluiu que o impacto ambiental do Bitcoin é “marginal”, no máximo.

A situação é bem diferente quando o assunto são instituições bancárias e minas de ouro e prata: a emissão de poluentes é assustadoramente superior. Ou seja, as criptomoedas, além de tudo, são muito mais amigas do verde que as tecnologias financeiras tradicionais.

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“Cripto vive sofrendo ataques hacker”

Na verdade, o risco não está nas criptomoedas, e sim em plataformas de terceiros. A maioria esmagadora dos ataques hacker envolvendo ativos digitais tem a ver com falhas graves em exchanges, plataformas de empréstimos e investimentos descentralizados etc.

Se você comprar criptomoedas e armazená-las em uma carteira própria, dificilmente enfrentará problemas.

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Foto de Rafael Motta
Foto de Rafael Motta O autor:

Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.