Hack da FTX foi ordenado pelo governo das Bahamas
A FTX disse que houve “acesso não autorizado” em seus sistemas
Ordens vindas de cima
Segundo documento emitido pela FTX, o governo das Bahamas teria hackeado a exchange para confiscar os fundos restantes. Sam Bankman-Fried, fundador e ex-CEO da corretora e da Alameda Research, teria sido direcionado para transferir os fundos.
De fato, a Comissão de Valores Mobiliários das Bahamas emitiu um press release ontem (17), confirmando as alegações da exchange:
“No exercício de seus poderes como reguladora, seguindo ordem lançada pela Suprema Corte das Bahamas, tomamos a ação de direcionar a transferência de todos os ativos digitais da FTX Digital Markets Ltd. (“FDM”) para uma carteira digital controlada pela Comissão, para protegê-los.”
No dia 12 de novembro, a FTX teria sofrido um ataque hacker; cerca de US$ 600 milhões em ativos digitais foram drenados ao longo do processo. Segundo Ryne Miller, membro do conselho geral da versão norte-americana da corretora, disse que parte dos fundos foi movida para uma carteira fria a fim de “minimizar danos”.
Problemas legais
A FTX está registrada no Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos; trata-se de um sistema parecido com de recuperação judicial brasileiro. Empresas que escolhem esse caminho precisam apresentar um plano de reestruturação e alcançá-lo até um determinado período, determinado pelo juiz.
Acontece que, segundo a legislação, julgamentos, cobranças, execuções hipotecárias e reintegrações de posse estão suspensas durante o período de reestruturação. Além disso, os fundos teriam sido obtidos por meio ilícito, o que pode acalorar ainda mais os ânimos entre os executivos de alto escalão e autoridades governamentais.
Jornalista, trader e entusiasta de tecnologia desde a infância. Foi editor-chefe da revista internacional 21CRYPTOS e fundador da Escola do Bitcoin, primeira iniciativa educacional 100% ao vivo para o mercado descentralizado. Foi palestrante na BlockCrypto Conference, em 2018.