Hong Kong e Singapura se provaram abrigos seguros para listagem de ICOs

O banimento de ICOs da China está fazendo com que startups relacionadas com blockchain procurem angariar fundos em regiões asiáticas rivais.

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Estas startups estão migrando para Hong Kong, que oferece mais liberdade do que a China, e Singapura, para lançarem suas vendas de tokens, segundo participantes do mercado citados pela South China Morning Post.

No primeiro trimestre deste ano, a quantidade de fundos levantados por ICOs foi US$6,3 bilhões, ultrapassando o total de 2017. Mais de US$1,7 bilhão veio do Telegram, contudo, o número de venda de tokens excederá os níveis de 2017. Mesmo com a vacilante performance das criptomoedas no primeiro trimestre, a demanda por moedas digitais não cessou.

A China emitiu seu banimento às ICOs em setembro do ano passado e, desde então, o número de negócios surgindo em Hong Kong e Singapura está escalando rapidamente. Hong Kong parece ter captado imediatamente o fluxo de ICOs e investidores de Pequim, com emissores contornando o banimento chinês e registrando seus endereços em Hong Kong. Quanto à Singapura, sua popularidade não é oficial.

 “Nós ainda não podemos afirmar que Singapura virou um pólo de ICOs, tendo em vista que mais trabalho precisa ser realizado, mas sim, há muita atividade na região desde setembro do ano passado,” disse o presidente da associação de criptomoedas e indústria do blockchain de Singapura, Anson Zeall.

De fato, Singapura se tornou em 2017 o terceiro maior mercado de ICOs, com base na quantidade de fundos angariados, acompanhando de perto Estados Unidos e Suíça, segundo dados da FunderBeam. Hong Kong e Rússia também aumentaram seu fluxo.

O cenário alternante das ICOs é resultado direto das duras regulamentações chinesas colocadas em prática em setembro do ano passado, sem mencionar o fato da Coreia do Sul ter seguido seus passos e ter também banido as ICOs do país algumas semanas depois.

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Tomando cuidado

Uma das razões pelas quais Singapura está crescendo no mercado das ICOs se dá pelo fato dos operadores verem menos risco de chamar atenção de legisladores. O país abraçou as startups relacionadas a blockchain, conforme evidenciado por programas de encubação e gerenciamento de ativos que são dedicados ao mercado das criptomoedas.

O processo de domiciliar um negócio em Singapura requer seu registro no país e a contratação de um advogado – isto pode custar até US$200 mil. Contudo, Daisy Wu, chefe de relações públicas da startup localizada em Pequim, Xender, afirmou que a companhia é uma de muitas que escolheram serem listadas em Singapura. A razão, segundo ela, é que todas as ICOs querem tomar cuidado.

Logo após a China banir ICOs, o cassino localizado em Macau, Dragon Corp, decidiu listar sua ICO em Hong Kong. Este negócio está no radar dos reguladores, devido aos seus supostos laços com um gangster, além da controversa fama da Cambridge Analytica, empresa por trás da polêmica do Facebook.

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Fonte: CCN