Entenda como o investimento na IA do ChatGPT coloca a Microsoft como uma grande aposta para dominar o metaverso
ChatGPT, IA e Metaverso: especialistas comentam sobre as movimentações dos gigantes da tecnologia.
Para Marcell Almeida, CEO da escola de produtos digitais PM3, uma das principais discussões é a potência da Microsoft em disputar com a Meta, que apostou em uma grande transformação por meio do metaverso. O executivo aponta que as estratégias de negócio colocam a Microsoft como uma grande cotada para ganhar o mercado de metaverso, uma vez que a Microsoft possui grande capilaridade B2B, enquanto a Meta possui maior capilaridade B2C.
“Tomamos como exemplo o processo de adoção dos computadores. Tudo começou com uma necessidade profissional, ter computadores no escritório. A partir disso, começamos a olhar aquela ferramenta como uma oportunidade de entretenimento, para jogos, salas de bate-papo, etc.”
“Se a Meta continuar investindo em RA ou RV para criar um metaverso para as empresas, os óculos de realidade virtual usados para o trabalho podem se tornar óculos de uso pessoal, para entretenimento. Aí sim esse mercado vai começar a se desenvolver, começando no B2B antes de chegar ao B2C”, aponta o especialista.
Já para Guilherme Silveira, diretor de educação da Alura, o metaverso como revolução mundial ainda é uma aposta. A população brasileira, por exemplo, não possui acesso a computadores, mas sim a dispositivos móveis. Deverá esperar uma geração muito mais barata de dispositivos bons de VR e VA, ou da evolução de tais tecnologias nos dispositivos móveis.
Enquanto isso, para a Microsoft, a aposta é em uma geração de inteligências artificiais que passam a ser criadoras de conteúdo (inteligências artificiais gerativas). Elas geram imagens, áudios, vídeos e textos, que empresas e pessoas precisam gerar no dia a dia. A utilização é imediata, facilitada por interfaces como a do ChatGPT.
“Microsoft não deve diminuir seus investimentos em Inteligência Artificial. Provavelmente, invistam até mais, considerando que é possível observar rápidos retornos em diversas tarefas automatizáveis. A empresa já começou a integrar a tecnologia da OpenAI ao Microsoft Teams. No caso da Meta e sua aposta no metaverso, dependerá muito dos próximos meses se eles demonstrarem alguma ação de adoção do Metaverso ao mercado como estão tentando, fora do ambiente de entretenimento onde consoles de videogame se destacam”, avalia.
Adriano Almeida, COO da Alura e líder da unidade de negócios Alura Para Empresas, diz que as empresas precisam começar a se movimentar para aderir às inteligências artificiais como o ChatGPT, diante de um contexto em que novos produtos chegam ao público com maior frequência e com maior potencial de impacto nos players de mercado.
“Desde o momento em que o CEO atual da Microsoft assumiu o cargo, a empresa subiu muito de patamar, deixando de ser uma empresa dependente do Windows e do Office, e mirando a diversificação de portfólio, seja por meio de desenvolvimento interno como o próprio Xbox, ou seja, por meio de aquisições. Portanto, ao olharmos para o caso Microsoft, vemos uma empresa muito bem diversificada, dominante no seu setor de base e com toda uma gama de suportes para sustentá-la durante as flutuações do mercado.”
“Mas esse não é o caso da Meta, com o Facebook crescendo de maneira mais esparsa, com o Instagram tendo que disputar anunciantes com vários outros players do mercado, como Tiktok, Kwai e Youtube, e com o Whatsapp sendo uma plataforma complicada de monetizar. Todo esse processo leva a uma reflexão interna por parte das empresas para seus negócios de base e sobre como crescer de forma a se resguardar do mercado”, pontua.
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