Inquérito da Operação Spoofing deve ser enviado ao STF
O Supremo determinou que tudo que foi apreendido seja enviado ao órgão. A Operação Spoofing envolve o suposto hack a celulares de autoridades
A partir da determinação do ministro Alexandre de Moraes, o Supremo Tribunal Federal solicitou receber o inquérito e todo o material apreendido no contexto da operação Spoofing. O Supremo é uma das instâncias máximas do Judiciário brasileiro. Da mesma forma, o ministro Luis Fux, também do STF, proibiu a destruição de provas recolhidas junto aos investigados.
Como tem acompanhado os leitores do Webitcoin, a investigação gira em torno do possível hack a celulares de autoridades brasileiras. Dentre os alvos das supostas invasões esteve o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. O presidente Jair Bolsonaro é outra autoridade citada.
De acordo com informações do Estadão, a exigência do Supremo tira da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, e da Polícia Federal, subordinada a Sérgio Moro, a exclusividade no acesso ao material apreendido. A matéria do jornal paulista cita, inclusive que, na semana passada, Moro chegou a sinalizar que as mensagens encontradas junto aos hackers seriam destruídas.
As movimentações em Bitcoin
As mensagens pretensamente hackeadas por um grupo que permanece preso, foram trocadas pelo aplicativo Telegram. Os textos diziam respeito, principalmente, à Operação Lava Jato. O caso acabou mobilizando a comunidade crypto tendo em vista o fato de os acusados alagarem possuir investimentos em Bitcoin.
O Webitcoin informou, inclusive que diversas exchanges brasileiras foram intimadas a prestar informações. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal também determinaram bloqueio de saldos que os investigados portassem em criptomoedas. Conforme matéria do Cointelegraph, a PF pode ter encontrado Bitcoins vinculados Walter Delgatti Neto. Ele é apontado como o líder do que a operação chama de “quadrilha” e um dos presos.
Além dele, Gustavo Henrique Santos, o ‘DJ Guga’, e sua companheira Suélen Priscila Oliveira, são mantidos sob custódia. Os dois se disseram investidores em moedas virtuais. Segundo a alegação do casal, inclusive, o dinheiro encontrado em sua posse era advindo das negociações no mercado crypto. Outro acusado detido é Danilo Cristiano Marques.
Ainda segundo o Cointelegraph, os dados disponibilizados pelas exchanges nas quais os investigados possivelmente tenham realizado operações já foram compartilhados, inclusive com o Coaf. A ideia é cruzar essas informações com os registros dos celulares e computadores dos suspeitos. Dessa forma, a investigação pretende mapear o uso de moedas virtuais para “financiar” o hack, ou até mesmo chegar a possíveis patrocinadores da invasão.
Jornalista desde sempre interessada pelos canais digitais, tem se dedicado à estratégia e produção de conteúdos. Em 2018, se aproximou da temática das criptomoedas e atua como redatora de projetos do mercado financeiro digital.