As criptomoedas ganharam espaço entre jovens investidores dos Estados Unidos. Um novo levantamento da Coinbase mostrou que 45% desse grupo já possui algum ativo digital, enquanto apenas 18% das gerações mais velhas têm exposição ao setor. Além disso, três quartos dos participantes jovens afirmaram enfrentar condições mais difíceis para construir patrimônio, especialmente diante do encarecimento da moradia no país.

O relatório State of Crypto Q4 2025 , compilado a partir de uma pesquisa com 4.350 adultos nos EUA, incluindo 2.005 investidores ativos, constatou que as gerações mais jovens alocam 25% de seus portfólios em ativos não tradicionais, o triplo da alocação de 8% entre os investidores mais velhos.

Esses dados reforçam a ideia de que a busca por alternativas financeiras cresceu. Assim, muitos jovens passaram a enxergar ativos digitais como um caminho para alcançar objetivos que antes eram sustentados por instrumentos tradicionais. Além disso, o estudo apontou que essa mudança ocorre em um ambiente em que a compra de imóveis se tornou cada vez mais inviável para grande parte deles. Portanto, a adoção acelerada de ativos digitais corresponde a uma adaptação a esse cenário.

A Coinbase divulgou essas informações como parte de uma análise mais ampla. Segundo o levantamento, a percepção geral entre os jovens é de que o modelo tradicional de acumulação de riqueza se mostra distante. No entanto, o estudo também indica que o interesse crescente em alternativas digitais representa uma mudança significativa no comportamento financeiro dessa geração.

Pressão econômica e impacto na busca por alternativas

O avanço dos preços de moradia nos Estados Unidos tem sido apontado como um dos principais fatores que afastam jovens do sonho da casa própria. Portanto, muitos têm migrado para mercados com entrada mais acessível. Assim, ativos digitais se destacam pela facilidade de aquisição e pela possibilidade de exposição gradativa, o que se torna atraente para quem enfrenta limitações financeiras. Além disso, o levantamento mostrou que a diferença entre jovens e gerações anteriores é expressiva, indicando mudança estrutural nas prioridades de investimento.

Essa migração não é apenas reativa ao cenário econômico. Além disso, ela também reflete uma tendência cultural de maior familiaridade com soluções digitais. Portanto, o ambiente tecnológico favorece o entendimento e a aceitação de instrumentos financeiros inovadores. Assim, o segmento digital se fortalece como uma das primeiras portas de entrada para novos investidores.

Uma nova geração de investimentos

A mudança para ativos não tradicionais entre os investidores mais jovens está em consonância com outras descobertas que mostram que a adoção institucional reforça a confiança.

Uma pesquisa da Zerohash, realizada em novembro, revelou que 35% dos jovens americanos ricos já haviam transferido seus investimentos de consultores que não ofereciam exposição a criptomoedas, e mais de quatro quintos relataram maior confiança à medida que grandes instituições como BlackRock, Fidelity e Morgan Stanley passaram a adotar ativos digitais.

A concentração de carteiras em ativos voláteis levanta preocupações legítimas sobre a estabilidade financeira a longo prazo.

No entanto, a tendência parece ser duradoura em vez de especulativa, com as alocações medianas em ativos não tradicionais atingindo níveis significativos, e os investidores mais jovens descrevendo consistentemente as criptomoedas como essenciais para a estratégia de construção de riqueza, em vez de uma posição oportunista.

A Coinbase está respondendo construindo o que chama de ” Everything Exchange” (Corretora de Tudo) , projetada para oferecer suporte à negociação de diversos tipos de ativos a qualquer momento, mantendo os padrões de segurança, conformidade e inovação responsável.

Essa abordagem reconhece que os investidores mais jovens esperam plataformas nativas de uma geração que prioriza a internet, em vez de estruturas de mercado tradicionais construídas em torno de horários de negociação limitados e seleção restrita de ativos.