Investigação do Grupo Bitcoin Banco bloqueia mais de 2 mil contas suspeitas
Perícia do grupo Bitcoin Banco para identificar clientes envolvidos na ação criminosa já alcançou 3 milhões de registros e bloqueou preventivamente 2.568 contas suspeitas
Na última semana o WeBitcoin noticiou que o Grupo Bitcoin Banco (GBB) iniciou uma investigação para apurar uma suposta fraude que movimentou cerca de R$50 milhões.
Anunciando novos avanços, nesta segunda-feira (3), o grupo afirmou que acaba de concluir a primeira etapa da perícia realizada em suas quatro plataformas. De acordo com um comunicado, até o momento foram analisados 3 milhões de registros sobre operações de compra e venda de criptomoedas, e identificadas 19.896 transações suspeitas de fraude.
Explorando uma brecha na plataforma das exchanges do GBB, um grupo de clientes duplicou o saldo de suas contas e efetuou saques indevidos, de dinheiro que não existia, num golpe que pode alcançar os R$ 50 milhões.
A ação criminosa foi denunciada às autoridades de segurança pública no dia 24 de maio, e está sendo investigada pela Delegacia de Crimes Cibernéticos de Curitiba, onde foi aberto inquérito policial.
Como consequência da investigação, às 16h desta segunda-feira (3) foram bloqueadas 2.568 contas suspeitas. Os CPFs correspondentes a essas contas foram informados à Delegacia em que corre o inquérito, assim como todas as demais informações apuradas.
De acordo com o grupo, o prazo para conclusão da perícia interna é de até 30 dias úteis, a contar de hoje. No decorrer da análise, serão liberadas as contas em que não ficar comprovado envolvimento na fraude.
Para acelerar o processo, o GBB afirma que montou uma equipe exclusiva dedicada ao assunto, focada no levantamento de dados, contato com clientes, recuperação de recursos indevidos, e reportes à Polícia Civil.
Tela de posição dos saques
A investigação segue acelerada enquanto a empresa trabalha para regularizar o ritmo de depósitos e retiradas das corretoras. A equipe de TI do Grupo Bitcoin Banco criou uma tela temporária (veja aqui) dentro da plataforma das exchanges NegocieCoins e TemBTC, onde os clientes podem ver a posição de seus saques na fila de pagamentos.
“Essa consulta em tempo real confere transparência ao esforço que estamos fazendo para regularizar todas as nossas operações. Embora tenhamos anunciado que os pagamentos seriam retomados na quarta-feira, dia 29, conseguimos voltar a pagar na segunda, dia 27. Mas nosso ritmo de pagamentos, tanto em reais quanto em Bitcoins, foi seriamente comprometido pela fraude”, explica Heloisa Ceni, vice-presidente da CLO Financeira, holding que controla o GBB.
A tela está conectada em tempo real com o setor financeiro do grupo e mostra também quantos saques já foram pagos desde segunda-feira, dia 27. Os clientes não são identificados, mas podem reconhecer sua situação pelo apelido que usam dentro do livro de ofertas das corretoras e que usam nomes de carros associados a números. Em vídeo, uma colaboradora do GBB explica como funciona a lista de pagamentos.
A equipe afirma que está empenhada em fazer o maior número possível de pagamentos por dia.
“Infelizmente, temos a limitação diária dos bancos tradicionais que realizam as operações, e o encerramento da nossa conta pelo Banco Plural tornou o processo ainda mais moroso”, acrescenta Heloisa.
Simpatizante das criptomoedas, após cursar Arquitetura e Urbanismo, reavivou um antigo gosto pela escrita e atualmente trabalha como redatora do WeBitcoin.