Israel ameaça processar a Coinbase por permitir doações de Bitcoin ao grupo Hamas
As autoridades querem que a plataforma encerre todos os serviços relacionados ao grupo terrorista
Recentemente o Shurat HaDin, Centro Israelense de Direitos, ameaçou processar a Coinbase caso a exchange continue permitindo doações de Bitcoin ao grupo Hamas em sua plataforma. De acordo com a mídia local, o Shurat HaDin quer que a exchange encerre qualquer serviço que possua relação com a organização palestina.
O aviso foi enviado à plataforma em uma carta, que dizia:
“Recentemente, chegou ao nosso conhecimento que o notório grupo terrorista palestino Hamas atualmente mantém uma conta na Coinbase, Inc. através da qual aceita doações. Portanto, estou escrevendo para notificar a Coinbase de que o fornecimento consciente de material de apoio ou recursos para o Hamas é uma violação da lei criminal federal dos EUA e exigimos que a Coinbase encerre imediatamente todas e quaisquer contas e serviços fornecidos ao Hamas.”
De acordo com os termos de serviço (ToS) da Coinbase, o Hamas pode ter violado as normas impostas no contrato do usuário, visto seu envolvimento em atos terroristas. O ToS determina que os usuários não podem utilizar o serviço para promover “crimes violentos”.
A decisão de processar a exchange pode ter sido um tanto exagerada, visto que a quantia em Bitcoin transferida através da plataforma é quase insignificante quando comparada à que a organização arrecada através de meios tradicionais.
Recentemente o WeBitcoin noticiou que o Hamas havia coletado em torno de US$2500 em cripto. As doações foram realizadas dentro do próprio território palestino, com poucos casos externos registrados. Mesmo que tais doações aumentem futuramente, provavelmente não apresentarão uma remessa significativa, visto que o Bitcoin não apresenta tanto anonimato quanto moedas fiat.
As transações em cripto podem ser rastreadas por empresas de análise que utilizam a tecnologia blockchain. Como resultado, vários relatórios já apontaram que há baixos índices de uso de moedas digitais para financiar atos terroristas.
Em setembro de 2018 a Europol, Agência da União Europeia para Aplicação da Lei, confirmou as estatísticas. Em um relatório, a agência divulgou que nenhum dos ataques terroristas realizados na Europa havia recebido financiamento em cripto.
“O uso de moedas digitais por grupos terroristas envolveu apenas transações de baixo nível – seu principal financiamento provém de serviços bancários e de remessas de dinheiro convencional”
Em 2016 o Shurat HaDin entrou com uma ação contra o Facebook por supostamente fornecer uma plataforma para o Hamas, meio que foi utilizado para incitar a violência e o assassinato de judeus.
Apesar de não possuir relação com o terrorismo, o Centro recentemente escreveu 22 legislaturas estaduais dos EUA contra o Airbnb após a empresa boicotar propriedades de judeus na Judéia e na Samaria alegando que estavam em territórios disputados.
FONTE: CCN
Simpatizante das criptomoedas, após cursar Arquitetura e Urbanismo, reavivou um antigo gosto pela escrita e atualmente trabalha como redatora do WeBitcoin.