JBS cria fundo de 1 bilhão de reais para zerar o desmatamento na Amazônia até 2025

A JBS, maior produtora de carne do mundo, pretende usar a tecnologia blockchain para conter o aumento do desmatamento na Amazônia.

A JBS, maior produtora global de carnes, disse nessa quarta-feira (24) que implantaria a tecnologia blockchain para combater os crescentes efeitos nocivos do desmatamento por fornecedores de carne na América do Sul.

A empresa prometeu monitorar toda a sua cadeia de suprimentos usando blockchain até 2025, em meio a preocupações generalizadas de ambientalistas sobre a rápida diminuição da cobertura florestal no país. A indústria de carne do Brasil, entre outras, contribui para o desmatamento à medida que os produtores de carne limpam vastas áreas para pastagem de gado.

Até agora, frigoríficos no Brasil, como a JBS, garantiram que não comprariam carne de fazendas que cortam florestas ilegalmente. No entanto, tal sistema apenas monitora e mede a atividade de seus fornecedores finais – deixando espaço para os fornecedores indiretos (que fornecem para os fornecedores da JBS) escaparem desse monitoramento e, eventualmente, conseguirem vender seus produtos para empresas como a JBS.

Mas a tecnologia blockchain pode apresentar uma solução para isso, disse a JBS. Ontem a JBS lançou um fundo, Juntos pela Amazônia, de 250 milhões de reais para fomentar o desenvolvimento social e econômico na região da floresta amazônica, com o objetivo de investir mais de R$ 500 milhões nos próximos cinco anos, e outro montante igual a partir de então até 2030.

Espera-se que outras empresas locais e internacionais se juntem ao projeto e contribuam com o valor restante.

Os fundos permitirão à JBS construir um sistema de blockchain expansivo que rastreia todos os fornecedores em sua rede de fornecimento de carne, tanto diretos quanto indiretos.

“Atualmente, a empresa não monitora fornecedores indiretos e nenhuma empresa faz isso. Mas planejamos fechar essa lacuna usando tecnologia blockchain”, disse o CEO da JBS Gilberto Tomazoni.

Tomazoni acrescentou que os 50.000 fornecedores diretos da empresa, no entanto, já são monitorados. Enquanto isso, a JBS deve lançar o sistema em 2021, começando no Mato Grosso.

O desenvolvimento ocorre em um momento em que importadores globais de carne, como a Noruega, ameaçam retirar seus investimentos do Brasil se o país não controlar o desmatamento.

O desmatamento continua sendo uma preocupação global desde a última década, com regiões como a floresta amazônica na América do Sul entre as mais afetadas. Dados do ano passado mostraram que o desmatamento na Amazônia atingiu níveis vistos pela última vez em 2006. Portanto, será necessário um grande esforço para reverter a situação.

Fonte: Decrypt

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Foto de Bruno Lugarini O autor:

Estudante de Sistema da Informação, técnico de informática, apaixonado por tecnologia, entusiasta das criptomoedas e Nerd.