Relembrar é viver: A jornada de uma década até o ETF de Bitcoin à vista nos EUA
Confira o longo e árduo caminho percorrido até a aprovação do primeiro ETF de Bitcoin à vista nos EUA.
A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) aprovou em janeiro o primeiro fundo negociado em bolsa (ETF) dos EUA que rastreia o preço do bitcoin, em uma grande vitória para o setor de ativos digitais que há uma década tentava lançar esse tipo de produto.
Aqui estão os principais eventos no caminho para a aprovação em janeiro de 2024:
2008: “Satoshi Nakamoto” introduz o conceito de bitcoin.
2010: A primeira transação de varejo acontece quando um usuário paga 10.000 bitcoins por duas pizzas do Papa John’s.
2013: À medida que a popularidade do bitcoin cresce, Cameron e Tyler Winklevoss, cofundadores da exchange de criptomoedas Gemini, apresentam seu primeiro pedido à SEC para criar um ETF de bitcoin à vista. A Grayscale Investments lança o Bitcoin Investment Trust, um fundo fiduciário de bitcoin privado aberto.
2016: Os irmãos Winklevoss ajustam seu pedido várias vezes, como a bolsa na qual o produto seria negociado. Eles também protocolam emendas nomeando a State Street como administradora. A Grayscale entra com pedido na SEC para converter seu fundo de bitcoin em um ETF de bitcoin à vista.
2017: A SEC rejeita o pedido dos Winklevoss alegando que os mercados de bitcoin não eram maduros o suficiente. A Grayscale retira sua primeira tentativa de converter seu fundo em um ETF, afirmando que o ambiente regulatório não estava suficientemente desenvolvido.
2018: A SEC rejeita o segundo pedido dos gêmeos Winklevoss para lançar um ETF de bitcoin à vista, alegando que as exchanges de criptomoedas não possuem os controles necessários para prevenir manipulação.
2020: A Grayscale transforma seu fundo em uma entidade de reporte à SEC, e suas ações começam a ser negociadas no mercado OTC (“pink sheets”). Embora não seja um ETF, é o primeiro fundo de bitcoin negociado publicamente nos EUA.
2021: O primeiro ETF de bitcoin à vista é lançado no Canadá. Gary Gensler substitui Jay Clayton como presidente da SEC em abril. Em outubro, a SEC aprova o ProShares Bitcoin Trust listado na Chicago Mercantile Exchange (CME), observando que a CME possui um mecanismo satisfatório para fiscalizar abusos no mercado futuro. É o primeiro ETF de bitcoin baseado em futuros listado nos EUA, acumulando US$ 1 bilhão em ativos em seus primeiros dias de negociação – mais rápido do que qualquer outro ETF.
Também em outubro, a Grayscale novamente envia um pedido à SEC para converter seu fundo em um ETF de bitcoin à vista.
2022: A SEC rejeita vários pedidos de possíveis emissores de ETF de bitcoin à vista, incluindo SkyBridge, Fidelity e Bitwise. A SEC também rejeita o pedido da Grayscale, levando a empresa a processar a agência. Em meio à queda dos preços das criptomoedas, várias empresas de criptomoedas entram em falência, incluindo Three Arrows Capital, Celsius Network e FTX, cujo fundador Sam Bankman-Fried também é acusado de fraude.
2023:
Maio: A ARK Investments de Cathie Wood entra com pedido para um ETF de bitcoin à vista, dando à SEC um máximo de 240 dias para aprovar ou rejeitar o pedido.
Junho: A BlackRock (BLK.N) entra com um pedido de ETF de bitcoin à vista junto à SEC, aumentando as esperanças do setor de que a agência possa aprovar o produto e elevando o preço do bitcoin a uma alta de um ano. Uma enxurrada de outros emissores, incluindo Fidelity e Invesco, entram com pedidos de ETF de bitcoin nas semanas e meses subsequentes.
Agosto: Um tribunal federal de apelações em Washington D.C. decide a favor da Grayscale, afirmando que a SEC não justificou o porquê de ter rejeitado sua proposta. O primeiro ETF de bitcoin à vista da Europa começa a ser negociado na bolsa de valores Euronext Amsterdam.
Outubro: A SEC opta por não recorrer da decisão do tribunal no caso Grayscale e é obrigada a reexaminar o pedido.
2024:
10 de janeiro: A SEC aprova 11 propostas de emissores como BlackRock, Fidelity e VanEck, entre outros, para lançar ETFs de bitcoin à vista.
