Jovens e Bitcoins: a quantas anda essa relação?
Pesquisa feita nos Estados Unidos mostra que gerações Y e Z têm interesse em criptomoedas
As gerações Y e Z já cresceram inseridas no universo digital. Mas a quantas anda a relação entre jovens e Bitcoins? Uma pesquisa divulgada pela empresa One Poll, sediada no Reino Unido, e encomendada pelo Paxful, mercado de Bitcoin peer-to-peer, sugere que os jovens nos Estados Unidos têm um interesse crescente em Bitcoin e outras criptomoedas. O problema é que uma parte considerável deles ainda não confia na criptografia – e alguns até lutam para entendê-la, de acordo com o relatório.
Os pesquisadores entrevistaram aproximadamente 500 jovens, entre 18 e 42 anos, no início de 2019. Foi constatado que 43%, quase a metade dos entrevistados da Geração Y e da Geração Z, acha que a criptografia poderia substituir o sistema financeiro dos Estados Unidos, atualmente. E outros 26% acreditam que isso acontecerá em breve. De acordo com o resultado, 98,4% associam criptomoeda ao Bitcoin, enquanto 77,4% disseram ter ouvido falar do Ethereum.
- Veja também: World Wealth Report 2018: jovens milionários estão interessados em investir em criptomoedas
Por outro lado, a pesquisa também demonstrou que 37,14% dos jovens – mais de um terço – ainda não confiam em criptomoedas como o Bitcoin, citando preocupações como regulamentação e volatilidade. Entre os entrevistados, 14% dos representantes das gerações Y e Z mencionaram a “falta de entendimento” como o principal motivo para não se envolverem com criptografia.
Outras formas de investir
O CEO da Paxful, Ray Youssef, acredita que muitos jovens não estão necessariamente procurando o mesmo tipo de empréstimo ou serviços de investimento que seus pais. Eles são atraídos por maneiras mais fáceis de receber, enviar e armazenar fundos. Segundo Youssef, a crypto pode oferecer isso de um jeito melhor do que as instituições financeiras padrão, apesar dele acreditar que as criptomoedas ainda são difíceis de utilizar – e, portanto, difíceis de entender.
“Muitos não são jogadores, são pessoas que só querem ganhar dinheiro e facilitar suas vidas. A criptografia pode tornar a vida mais fácil, mas ninguém se informa. Há muito foco na especulação. Tenho certeza de que muitos desses jovens só ouviram falar em criptografia no esquema pump-and-dump”, diz Youssef.
Vale ressaltar que mais da metade dos entrevistados das gerações Y e Z disse ter maior interesse nos recursos de negociação peer-to-peer da criptografia, em vez de apenas comprar de uma corretora e holding. Cerca de 44% deles citaram “transações peer-to-peer” como seu principal foco na moeda digital. Além disso, 67% disseram que também associam criptografia à globalização.
“A negociação peer-to-peer oferece uma oportunidade de geração de riqueza. Quando os jovens entendem esse mecanismo, percebem as oportunidades de arbitragem. É um mundo novo para eles”, afirma Youssef.
A pesquisa também demonstrou que quase 21% dos entrevistados nos Estados Unidos eram sem-banco, um número extraordinariamente alto para um país desenvolvido, de acordo com Youssef. No entanto, mais da metade dos entrevistados disseram que compraram crypto nos últimos seis meses, sugerindo que a adoção de criptografia pode estar aumentando entre os jovens do país.
* Imagem de Sasin Tipchai por Pixabay
Fonte: Decrypt
Jornalista, revisora e roteirista, apaixonada por tecnologia e especializada em conteúdo.