JPMorgan considera usar criptoativos de clientes como garantia de empréstimos, diz reportagem

O JPMorgan está explorando a possibilidade de oferecer empréstimos garantidos por ativos cripto como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), com possível lançamento do serviço em 2026.

O JPMorgan está supostamente avaliando a oferta de empréstimos com garantia em criptoativos mantidos por seus clientes, como Bitcoin e Ethereum.

Se implementada, a medida representaria uma mudança significativa para o CEO Jamie Dimon, que no passado chamou o Bitcoin de “fraude” e previu seu colapso.

Empréstimos com garantia em cripto podem começar no ano que vem

O Financial Times revelou que o banco pode lançar a iniciativa no próximo ano. No entanto, fontes citadas pela publicação destacaram que os planos ainda podem mudar.

O principal executivo da empresa já foi um crítico ferrenho do Bitcoin, afirmando que o entusiasmo em torno da criptomoeda “explodiria eventualmente” e dizendo que ela era usada apenas por “assassinos e traficantes de drogas”. Também foi relatado que ele demitiria qualquer operador do banco que negociasse com Bitcoin.

Segundo a reportagem do FT, essas declarações afastaram alguns clientes em potencial, especialmente aqueles que ganharam dinheiro com criptoativos ou que acreditam fortemente em seu valor a longo prazo. No entanto, Dimon tem adotado uma postura mais neutra recentemente:

“Eu não acho que você deva fumar, mas defendo seu direito de fumar. Eu defendo seu direito de comprar Bitcoin. Vá em frente”, disse ele em maio.

O banco planeja começar oferecendo empréstimos com base em participações em ETFs de criptoativos, sendo o uso direto dos ativos digitais como garantia visto como um próximo passo natural.

Enquanto isso, concorrentes como o Morgan Stanley também estão aderindo ao setor cripto, considerando oferecer negociação de ativos digitais por meio da sua plataforma E-Trade. No entanto, alguns grandes nomes ainda resistem, como o Goldman Sachs, que permanece como uma das instituições financeiras mais proeminentes a não aderir à tendência do mercado.

De acordo com o Financial Times, uma das principais preocupações dos bancos é que os ativos digitais possam facilitar atividades criminosas, levantando questões sobre conformidade e lavagem de dinheiro. Para emitir empréstimos diretamente garantidos por criptoativos, o JPMorgan também teria que lidar com desafios técnicos relacionados à administração dos ativos em caso de inadimplência dos clientes.

Cenário em transformação

No início deste ano, o CEO do Bank of America, Brian Moynihan, compartilhou suas opiniões sobre o futuro dos criptoativos no setor financeiro tradicional. Em uma entrevista, ele destacou que a indústria está pronta para adotá-los em transações, mas apenas se houver clareza regulatória.

As coisas têm caminhado nessa direção, já que o sentimento regulatório em Washington vem mudando sob a administração Trump. Na semana passada, a Câmara dos Deputados dos EUA aprovou um projeto de lei para regular stablecoins, marcando a primeira legislação relevante sobre criptoativos aprovada pelo Congresso.

Além disso, em abril, o Federal Reserve Board suspendeu as restrições às atividades relacionadas a cripto para os bancos. Essa mudança significa que eles não são mais obrigados a obter aprovação prévia para operações com ativos digitais e stablecoins.

O autor:

Redator desde 2019. Entusiasta de tecnologia e criptomoedas.