Justin Sun vence as eleições de seu próprio blockchain e promete doar seu salário para o desenvolvimento da Tron

Usuários da Tron votaram formalmente para tornar o fundador da criptomoeda, Justin Sun, um dos 27 indivíduos e organizações autorizados a servir como “super representantes” da rede TRX.

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Justin Sun se torna operador de super nó

Levou apenas algumas horas para Sun, que anunciou sua candidatura na quarta-feira, receber votos suficientes para ser um dos 27 super representantes da rede.

Enquanto esta matéria é redigida, o nó de Sun — nomeado “JustinSunTron” — recebeu mais de 120 milhões de votos, tornando-o o oitavo nó mais votado entre todos os candidatos a super representantes.

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Sun agradeceu à comunidade em uma postagem feita no fórum da Tron, declarando que a eleição é um importante marco em sua transição de fundador do projeto para membro de uma comunidade descentralizada e auto governada. Ele também prometeu retornar todas as TRX recebidas por ele por operar um super nó, a fim de apoiar o desenvolvimento da Tron.

“As TRX que eu receberei após ser eleito serão todas retornadas para a comunidade, a fim de apoiar os incríveis desenvolvedores, apoiadores, indivíduos, equipes e organizações que têm sido úteis à rede TRON e à comunidade.”

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O que é um super representante?

Entretanto, operar como um super representante pode servir para aumentar a influência de Sun no ecossistema da TRX, tendo em vista ser — dada a influência de fundadores de outros projetos — pouco provável que ele esmaeça enquanto estiver ativo no desenvolvimento do protocolo.

Assim como a recentemente lançada EOS, a Tron utiliza um algorítimo de consenso Proof of Stake delegado (DPoS). Sob este modelo, um número limitado de “super nós” processam transações e fazem valer as regras da rede, dando à criptomoeda uma escalabilidade maior do que aquelas apresentadas por criptomoedas que adotam Proof of Work, como o Bitcoin. Porém, estas melhorias ocorrem por meio do sacrifício da descentralização, tendo em vista que estas responsabilidades são colocadas nas mãos de um número relativamente pequeno de entidades.

Para compensar isso, redes DPoS como Tron e EOS requerem candidatos a super nós, que receberão votos por meio dos tokens dos usuários. O protocolo então seleciona aleatoriamente qual nó processará cada bloco. Em teoria, estas medidas prevenirão que um operador malicioso ataque a rede, haja vista que os operadores não saberão quais blocos processarão, e os usuários podem “expulsar” aqueles operadores que não se comportarem apropriadamente.

De qualquer forma, críticos afirmam que mesmo estas medidas não previnem que operadores de nós entrem em conluio e — particularmente em casos onde estas entidades estão geograficamente centralizadas — se tornem vulneráveis à pressão de governos hostis.

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Fonte: CCN